O general reformado do Exército Raimundo Ronaldo Campos apontou em depoimentos à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, no final de 2013, que o Exército montou uma farsa sobre o desparecimento do ex-deputado Rubens Beirodt Paiva, que suimiu no dia 20 de janeiro de 1971, depois de ser levado para a carceragem do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI-I), no Rio de Janeiro. As informações são do Jornal Nacional.
À época, o Exército afirmou que Paiva foi resgatado por seus companheiros quando era transportado por agentes do DOI no Alto da Boa Vista.
Provas indicavam que Paiva deu entrada no DOI, depois de ser preso em sua casa, no Leblon, por homens da Aeronáutica. Ele foi levado para o quartel da 3ª Zona Aérea, onde, segundo todos os depoimentos colhidos até hoje, foi brutalmente espancando.
Ferido, ele foi levado para o DOI-Codi. No dia seguinte, Paiva foi visto pela última vez com vida pelo médico Amílcar Lobo, que atendia os torturados.
Campos afirmou que a farsa foi uma ordem do major Francisco Demiurgo Santos Cardoso, que já morreu. A ordem do major teria sido: "olha, você vai pegar o carro, levar em um ponto bem distante daqui, vai tocar fogo no carro para dizer que o carro foi interceptado por terroristas, e vem para cá".
O coronel ainda afirmou que o "teatro foi montado às pressas" e que amigos militares da reserva lhe recomendaram manter o que disse no último inquérito, porque o “Exército não vai ajudar em nada".
O coronel Campos esclareceu a farsa da fuga, mas disse que nunca viu Rubens Paiva, "não foi informado de detalhes da morte do preso, e nada soube a respeito do destino do corpo". O Exército afirmou que não comentará fatos relacionados aos trabalhos da Comissão da Verdade.