A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quinta-feira (29) suas primeiras convocações para depoimentos, que vão focar naqueles que ocuparam o Ministério da Saúde durante a gestão de Jair Bolsonaro.
De acordo com o calendário definido pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich serão ouvidos na comissão parlamentar de inquérito na próxima terça-feira (4); o também ex-ministro Eduardo Pazuello, na quarta (5); e o atual chefe do Ministério da Saúde, Marcelo Queiroga, na quinta (6), junto com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
O depoimento mais aguardado é o de Pazuello, que foi ministro da Saúde durante a maior parte da pandemia (maio de 2020 a março de 2021) e deve ser questionado sobre a demora na compra de vacinas por parte do governo, o colapso de hospitais em Manaus, a ausência de um programa nacional de testagem e a promoção de tratamentos precoces de ineficácia comprovada.
Já a convocação de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo, deve ser discutida na semana que vem. Em entrevista à revista Veja, Wajngarten acusou o Ministério da Saúde de "travar" a compra de vacinas anti-Covid.
"Os diretores da Pfizer foram impecáveis. Se comprometeram a antecipar entregas, aumentar os volumes e toparam até mesmo reduzir o preço da unidade, que ficaria abaixo dos US$ 10. Só para se ter uma ideia, Israel pagou US$ 30 para receber as vacinas primeiro. Infelizmente, as coisas travavam no Ministério da Saúde", disse o ex-secretário.