A Comissão Parlamentar de Inquérito mista da JBS aprovou nesta terça-feira requerimento de quebra de sigilo bancário, telefônico e de email do ex-procurador da República Marcello Miller, assim como a quebra dos sigilos telefônicos do empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, e do executivo Ricardo Saud, que atua na holding.
A comissão aprovou ainda pedido ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que encaminhe aos parlamentares dados sobre empréstimos feitos para a J&F e cópias de todas as transações financeiras realizadas com a holding e com a JBS, informou a Agência Senado.
A CPI foi criada para investigar as operações da J&F com o banco de fomento, assim como o acordo de delação premiada firmado por executivos da holding com a Procuradoria-Geral da República, que serviram de base para duas denúncias contra o presidente Michel Temer.
O presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), marcou para a próxima terça, 3 de outubro, o depoimento do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a revogação dos acordos de delação premiada firmados com Joesley e Saud após um áudio apontar que ambos teriam omitido crimes aos procuradores em seus depoimentos.
Joesley e Saud foram presos por conta dessas omissões apontadas por Janot. Miller, que teria orientado os executivos da J&F quando ainda estava no Ministério Público Federal, também teve a prisão pedida por Janot, mas negada por Fachin.