CPI encerra depoimento e diz que Barros voltará como convocado

12 ago 2021 - 16h01
(atualizado às 16h14)

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-BA) encerrou nesta quinta-feira (12) abruptamente a sessão que ouve o líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Oitiva da CPI com Ricardo Barros foi interrompida após bate boca
Oitiva da CPI com Ricardo Barros foi interrompida após bate boca
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado / Ansa - Brasil

A decisão foi tomada depois da suspensão da sessão após o parlamentar criticar o trabalho da comissão e levou Aziz a anunciar que Barros voltará à CPI como convocado, e não como convidado.

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Logo no retorno do depoimento, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou uma questão de ordem para que haja um questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os procedimentos a serem adotados com um parlamentar depoente que mente.

"Consultaremos o Supremo sobre qual a providência a ser tomada quando um deputado federal vem aqui, mente, descumpre o artigo 202 do Código de Processo Penal. Claramente, se alguém usou de estratégia, de má-fé, não foi a CPI, foi o senhor Ricardo Barros, que veio para cá com 'media training' e com tropa de choque organizada", declarou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Além disso, foi pedido para Barros ser novamente chamado para depor, mas como convocado - e não como convidado. Aziz, por sua vez, decidiu acatar a sugestão e finalizou a sessão.

Antes, porém, o presidente da CPI respondeu o deputado, que acusou a CPI de afastar empresas de vacinas do país. "Se hoje estamos vacinando, e se estamos vacinando com uma vacina que está com preço justo, é graças à CPI. A reunião está encerrada e o deputado será convocado numa próxima data para estar aqui", anunciou Aziz.

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No início de seu depoimento, Barros havia dito que a comissão "produziu efeito negativo" e "afastou empresas interessadas em vender vacinas" ao Brasil ao falar sobre o encerramento da relação da fabricante chinesa de vacinas Cansino com a empresa Belcher, que a representava no Brasil.

De acordo com Vieira, a empresa já desmentiu a afirmação de que o trabalho feito pela CPI teria afastado o interesse da empresa de vender vacinas anti-Covid ao Brasil. "Um dos principais fabricantes, a Cansino, já desmentiu o depoente, dizendo que mantém integralmente o seu interesse em fazer as vendas e que suspendeu a relação com a Belcher, da cidade natal do depoente, por questões de compliance. Ou seja, ela não tinha confiança na relação com essa distribuidora", enfatizou.

Aziz, por sua vez, ressaltou que a convocação é feita para quem desrespeita a comissão. "Ele foi alertado por mim que, na minha terra, o tucunaré morre pela boca. E aí o 'gran finale' dele foi querer fazer uma narrativa de que a CPI está atrapalhado a compra de vacina. Aí não dá. A própria empresa chinesa desmentiu dois minutos depois", afirmou.

O nome de Barros surgiu nas investigações depois da denúncia feito pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), o qual afirmou à CPI que o presidente Jair Bolsonaro teria mencionado deputado como o responsável por um suposto esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin contra a Covid-19. .

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