A CPI da Covid retorna na próxima semana, com o fim do recesso do Congresso, e deve centrar esforços na investigação dos escândalos da compra da vacina indiana Covaxin e das negociações suspeitas com a empresa Davati Medical Supply.
De acordo com o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), já na terça-feira será ouvido o pastor Amilton Gomes de Paula, que teria intermediado a negociação de 400 milhões de doses de vacina entre a Davati e o governo federal.
A negociação não foi adiante, e o representante da empresa denunciou que servidores do Ministério da Saúde teriam pedido propina para levar adiante o negócio.
Não há confirmação de que, de fato, a Davati teria acesso às vacinas que negociou.
Em entrevista à GloboNews, o senador disse ainda que o presidente da empresa Precisa Medicamentos --que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal-- Francisco Maximiniano, e Túlio Silveira, advogado da empresa, devem ser ouvidos na quarta e quinta-feiras.
Na sexta-feira passada, o laboratório Bharat Biotech, produtor da Covaxin, retirou da Precisa o direito de representar a vacina no Brasil. Em nota, o laboratório informou também não reconhecer documentos fornecidos pela Precisa como sendo seus.
A operação foi denunciada pelo servidor do ministério Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que diz ter havido pressão fora do normal pela liberação da compra da vacina, mesmo sem a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na seqüência, a Anvisa anunciou no final de semana a suspensão da autorização para testes clínicos do imunizante e encerrou a análise do pedido de uso emergencial das doses no Brasil.
Já o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) --que teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo o deputado Luís Miranda, como envolvido nas negociações da Covaxin--, será ouvido na segunda semana de agosto, no dia 12.