O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse nesta sexta-feira que não vai recuar das medidas de isolamento social decretadas na cidade, que afirmou terem evitado que o número de casos do novo coronavírus na capital fluminense fosse o dobro do registrado.
Segundo Crivella, que liberou nesta sexta a abertura de lojas de conveniência e de material de construção, uma flexibilização das medidas de confinamento só pode ser pensada daqui a 15 dias, apesar da pressão do presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado, para que prefeitos e governadores afrouxem as medidas para destravar a economia.
Crivella destacou que as medidas de confinamento e reclusão têm surtido efeito e que o número de casos confirmados está bem mais baixo do que as estimativas iniciais. O prefeito acrescentou que no fim de semana a cidade deve chegar a cerca de 1 mil casos de Covid-19, mas que sem o isolamento social o total de casos seria mais que o dobro.
"Nós preservamos indústria e comércio e nos parece que as medidas que tomamos têm dado resultado pelo número de infectados", disse ele a jornalistas. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, a capital fluminense tem 431 casos até esta sexta-feira.
"Era para a gente ter amanhã 2.200 casos pela série histórica e teremos menos de 1 mil. Acreditamos que daqui a 15 dias a gente comece a flexibilizar esse afastamento social", adicionou Crivella, que é aliado político de Bolsonaro.
O prefeito afirmou que as decisões da cidade têm se baseado em orientações científicas, e garantiu que não cederá a pressões políticas.
No Estado do RJ, cujas medidas de isolamento foram decretadas antes mesmo da prefeitura, também não há previsão de afrouxamento das regras de confinamento previstas em decretos.
Segundo as autoridades estaduais de saúde, a semana de 4 a 10 de abril será fundamental para uma análise mais precisa do ritmo de avanço da Covid-19, e só então será possível alguma flexibilidade nas regras de isolamento.
O Estado do RJ registrou até o momento 10 mortes e 493 casos de Covid-19. Ao menos 25 mortes estão sendo investigadas.