Um médico cubano que atuava no Brasil pelo programa Mais Médicos deixou o País e viajou para os Estados Unidos, em um novo caso de deserção de profissionais trazidos da ilha caribenha. Ortelio Jaime Guerra, que atendia na cidade de Pariquera-Açu (SP), publicou uma mensagem em seu perfil no Facebook em que diz ter passado algumas noites na capital paulista antes de viajar para os Estados Unidos.
“Meus amigos de Pariquera-Açu, eu preciso que vocês conheçam que tive que ir embora de lá sem falar isso pra ninguém por questões de segurança. Essa foto foi de uma das minhas últimas noites em São Paulo, mas agora já fico nos Estados Unidos. Estou muito agradecido por toda sua bondade, e seu amor, prometo que vou voltar um dia pra ver vocês, e sempre ficaram no meu coração”, afirmou o cubano em uma publicação na rede social.
A publicação em que afirma que deixou o Brasil para se encaminhar ao Estados Unidos é do dia 2 de fevereiro, dia que, segundo Ortelio, foi uma “de suas últimas noites em São Paulo”. Não há informação oficial, porém, sobre se e quando o médico deixou o País e chegou aos Estados Unidos.
O secretário de Saúde de Pariquera-Acu, Willian Rodrigo Virgínio de Souza, confirmou que o cubano abandonou o programa, mas afirmou que os detalhes sobre o caso serão repassados pelo Ministério da Saúde. A pasta confirmou que foi notificada sobre a saída do profissional, e afirmou que Ortelio chegou ao Brasil em novembro, no segundo ciclo do Mais Médicos, e que foi encaminhado ao interior de São Paulo em meados de dezembro de 2013. O ministério espera a oficialização da saída do cubano para encaminhar um substituto para seu posto.
Caso é semelhante ao de médica cubana
A saída de Ortelio do Mais Médicos veio à tona cerca de uma semana após a médica cubana Ramona Matos Rodriguez abandonar o programa e pedir refúgio no Brasil, no último dia 4.
Ramona, que atuava na cidade de Pacajá (PA), alega ter largado o programa por ter se sentido enganada ao descobrir que profissionais do Mais Médicos de outras nacionalidades recebiam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos ganhavam US$ 1 mil, sendo que apenas US$ 400 eram pagos em solo brasileiro. Os outros US$ 600 são depositados em uma conta em Cuba, e poderiam ser sacados no fim do programa, segundo contrato assinado pelos cubanos. Ela assinou o contrato em setembro de 2013, e chegou ao Brasil em outubro.
Além das deserções, o programa apresenta problemas na hora de ofertar alojamento, alimentação e transporte aos profissionais. Pelas regras do Mais Médicos, isso compete aos municípios. Segundo o Ministério da Saúde, todas as prefeituras que não estão cumprindo essas contrapartidas estão sendo notificadas. Elas têm cinco dias para oferecer uma resposta e 15 dias para solucionar os problemas. O município que não cumprir o prazo será descredenciado e os médicos realocados.
Segundo o Ministério da Saúde, 37 prefeituras foram acusadas de irregularidades. Dessas, 27 regularizaram a situação. Uma, no entanto, a de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, foi desligada do programa.
Com informações da Agência Brasil