Cubanos do Mais Médicos passarão a receber R$ 3 mil por mês

Aumento ocorre após deserções no programa, mas valor ainda é abaixo dos R$ 10 mil pagos a profissionais de outras nacionalidades

28 fev 2014 - 13h19
(atualizado às 13h25)

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou nesta sexta-feira que os cubanos que atuam no programa Mais Médicos vão passar a receber US$ 1.125 por mês, cerca de R$ 3 mil. Atualmente, os médicos cubanos recebem US$ 400 e outros R$ 600 ficam são depositados em uma conta em Cuba a qual só têm acesso após o retorno à ilha.

De acordo com Chioro, a partir de agora os US$ 600 serão incorporados automaticamente ao salário mensal, que terá um acréscimo de US$ 245 para alcançar o novo repasse destinado aos cubanos e que será pago a partir de março.

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A mudança no pagamento ocorre após uma série de deserções no programa que culminaram nas denúncias feitas pela médica Ramona Rodriguez. Lotada inicialmente no município de Pacajá, no Pará, Ramona fugiu para Brasília e pediu ajuda a parlamentares da oposição. Segundo ela, o episódio ocorreu quando descobriu que recebia apenas os US$ 400 enquanto médicos de outras nacionalidades ganhavam R$ 10 mil por mês.

O ministro afirmou que não haverá qualquer alteração no contrato com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação entre os governos brasileiro e cubano. A mudança no pagamento teria sido apenas um arranjo no acordo em vigor e fruto de negociações para que os cubanos recebam todo o salário de uma vez só. Chioro acrescentou que não haverá aumento de gastos por parte do Brasil.

“Houve uma cooperação, um entendimento da Opas, houve também vontade do governo cubano e nós estamos anunciando que os médicos cubanos no Brasil, que participam na qualidade de cooperados, a partir de março receberão um aumento dos valores pagos. O valor, efetivamente líquido, que ficará disponibilizado para eles através do acordo, passará a ser de US$ 1.245, cerca R$ 3 mil líquidos, sem contar valores pagos pela prefeitura para alimentação, transporte, hospedagem e sem contar a manutenção dos benefícios que esse médico tem por ser servidor do governo de Cuba”, afirmou Chioro.

O ministro não respondeu se a alteração no pagamento é uma resposta às denúncias e nem se os valores sofrerão futuras mudanças, uma vez que ainda não se assemelham aos pagos a profissionais de outras nacionalidades. Chioro apenas justificou que o cálculo foi feito com base no que o ministério paga a médicos bolsistas que fazem residência médica em jornada de 60 horas.

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Questionado se não seria possível pagar diretamente aos médicos cubanos o mesmo valor pago a outros profissionais, que recebem R$ 10 mil, o ministro disse que o acordo do Brasil é feito com a Opas e que não sabe a destinação do valor a mais pago pelo programa.

"Eu não saberia dizer, e nem poderia dizer, como ministro da Saúde do Brasil, como Cuba utiliza seu recurso. Agora, eu posso dizer que tenho a impressão de que uma parte considerável vai para o sistema de saúde de Cuba, para formação de médicos e que tem ajudado em cooperações em todo mundo. Acho que essa explicação é plausível, mas quem deve responder é o governo de Cuba", disse o ministro.

Fonte: Terra
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