A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste domingo uma alegada coordenação entre o juiz federal Sérgio Moro e integrantes da Polícia Federal para descumprir uma ordem judicial emitida pelo desembargador plantonista do TRF-4 Rogerio Favreto, que pediu a liberação do petista, preso na sede da PF em Curitiba.
De acordo com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), houve "protelação" por parte de agentes da PF desde o começo da manhã de domingo, os quais teriam esperado orientação de Moro para tomar providências.
Pimenta falou antes de Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4a Região, voltar a determinar que Lula seja solto neste domingo, depois de o relator do processo do tríplex na corte, João Pedro Gebran Neto, decidir que o petista seguisse preso.
"Chegamos por aqui por volta das 8h30. Cumprimento do alvará de decisão judicial é algo que ocorre de maneira automática. Começamos a ter aqui um processo de protelação por parte da PF que claramente não queria cumprir a ordem judicial", afirmou o deputado a jornalistas do lado de fora do prédio da PF onde Lula está preso.
Após idas e vindas jurídicas neste domingo, o relator da operação Lava Jato no TRF-4, desembargador Gebran Neto havia suspendido mais cedo o habeas corpus concedido ao ex-presidente por Favreto, mantendo Lula preso.
Após a emissão de soltura para Lula por Favreto, Moro, responsável pela condenação em primeira instância, afirmou, em despacho, que não iria cumprir a determinação porque Favreto não teria competência para atuar no caso.
"Em determinado momento, fomos informados, sem qualquer tipo de constrangimento, pelos agentes da PF que eles não estavam cumprindo porque havia uma orientação do Juiz Sergio Moro para que não fosse cumprida a ordem judicial", afirmou Pimenta.
Pimenta se apresentou para falar à imprensa junto com o deputado Wadih Damous (PT-RJ) na tarde deste domingo perto da carceragem da PF, a qual foi cercada por policiais no começo da tarde, após notícias da decisão do desembargador plantonista.
Segundo o deputado carioca, "está claro que o juiz Sérgio Moro está se comportando como uma espécie de capitão-do-mato, como proprietário do corpo do presidente. Mostra descaradamente que ele não tem qualquer imparcialidade e isenção para continuar conduzindo processos que envolvam o ex-presidente Lula."
Ele chegou a dizer que a situação do Lula é equivalente a um "sequestro político", e, sem entrar em detalhes, afirmou que a defesa do ex-presidente continua buscando soluções em cortes superiores.
Os deputados também relataram que, ao receber notícias sobre a decisão do plantonista do TR-4, Lula se mostrou "cético" de que seria solto neste momento.
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