A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira ao juiz federal Sérgio Moro a suspensão do depoimento do petista marcado para 13 de setembro, na ação em que é réu referente à compra de um terreno que seria destinado à construção de uma nova sede do Instituto Lula, baseada supostamente no repasse de recursos ilícitos da Odebrecht.
Os advogados do ex-presidente cobram o adiamento dos interrogatórios previstos no processo para setembro até que seja realizada prova pericial em documentos recém-apresentados e também em dispositivos eletrônicos de onde a papelada foi extraída.
Se for possível, querem a retirada desses documentos da ação. Caso isso não seja possível, os defensores pedem ainda um novo depoimento de testemunhas a serem indicadas pelos advogados, para que seja permitido o contraditório à luz dos novos documentos.
Essa será a primeira vez em que Lula e Moro ficam frente a frente desde que o juiz condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão no processo da compra do tríplex do Guarujá, no litoral paulista.
A defesa pede também a Moro que os procuradores da República apresentem toda a troca de mensagens com o Ministério Público da Suíça referente ao sistema de pagamento de propinas da Odebrecht, o "My Web Way".
A defesa do petista criticou o fato de o Ministério Público Federal ter apresentado ao processo documentos que os advogados de Lula ainda não teriam tido acesso.
"De outra banda, revela-se inadmissível que o Ministério Público Federal pretenda, neste momento, a juntada de papéis sem qualquer identificação --supostamente relativos às colaborações dos executivos do grupo Odebrecht", reclamou.