Desemprego salta 40% de maio a agosto com pandemia e chega a 13,7 milhões de pessoas, diz IBGE

18 set 2020 - 16h11

O número de desempregados no país cresceu 39,7%entre o começo de maio e o fim de agosto, elevando o contingente de desempregados no Brasil para o patamar recorde durante a pandemia de 13,7 milhões de brasileiros, mostrou nesta sexta-feira a Pnad Covid do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Homem mostra carteira de trabalho em São Paulo
29/03/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Homem mostra carteira de trabalho em São Paulo 29/03/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

No início de maio, a pesquisa registrou 9,8 milhões de pessoas desocupadas no país, e na quarta semana de agosto esse contingente saltou para 13,7 milhões de desempregados. Entre a terceira e a quarta semanas do mês passado, houve um acréscimo de 1,1 milhão de pessoas sem emprego e à procura de uma oportunidade de trabalho.

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A taxa de desemprego atingiu o nível recorde de 14,3% na quarta semana de agosto, ante 13,2% na semana anterior. No começo de maio, quando o IBGE iniciou a Pnad Covid, a taxa de desemprego estava em 10,5%.

Segundo o IBGE, com a flexibilização das medidas de isolamento social, muitas pessoas estão se encorajando a voltar a buscar uma vaga no mercado de trabalho. No auge da pandemia, houve um forte movimento de pessoas que estavam desempregadas ou perderam trabalho em direção à população fora da força, ou seja, aquele grupo que estava sem trabalho e não buscava uma vaga.

"No início de maio, todo mundo estava afastado, em distanciamento social, e não tinha uma forte procura (por emprego). O mercado de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iriam se desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades", disse a gerente do IBGE Maria Lucia Vieira.

A perspectiva é que se não houver uma reação mais forte da economia, a taxa de desemprego deve continuar subindo, uma vez que a procura tende a aumentar, mas não haverá vagas suficientes para incorporar os desocupados no mercado de trabalho.

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"A gente está vendo uma maior flexibilidade das pessoas, uma maior locomoção em relação ao mercado de trabalho, pressionando o mercado de trabalho, buscando emprego. E esses indicadores ficam refletidos no modo como eles estão se comportando em relação ao distanciamento social", disse Vieira.

A pesquisa apontou ainda que 8,3 milhões de pessoas estavam trabalhando remotamente no fim de agosto. Já o percentual de pessoas afastadas do trabalho por conta do distanciamento social atingiu o nível mais baixo da pandemia e ficou em 4,4% da população ocupada. No começo de maio, esse número chegou a ser de 19,8%, segundo o IBGE.

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