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-qhw6jbpi90s2.jpg "Monique Elias e Itamar Serpa Fernandes ficaram casados por 8 anos")
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um esquema em que Monique Elias, a ex-esposa do empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze e que morreu em 2023, desviou cerca de R$ 122 milhões de seu patrimônio.
Segundo as autoridades, o esquema envolve extorsão, amizade virtual e e-mails manipuladores. A seguir, o Terra reuniu tudo o que já se sabe sobre o 'caso Embelleze'. Confira!
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Herdeira de 50% da fortuna: o que ficou para Monique Elias em testamento de fundador da Embelleze
Polícia revela esquema de manipulação que ajudou ex de fundador da Embelleze a desviar R$ 122 mi
Caso Embelleze: suspeitos de manipulação transferiram dinheiro de empresário no dia da morte dele, diz polícia
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Perfil falso para enviar e-mails
Conforme as investigações, Monique arquitetou um plano, criando um perfil falso na internet para influenciar decisões do empresário, afastando-o dos filhos e de amigos, para conseguir se aproximar da fortuna dele. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 16.
Ela teria enviado mais de 2 mil e-mails, durante dez anos, apresentando-se como Jéssica Ferrer, apontou a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
Monique passou a morar com o empresário em 2012, dois anos depois engravidou e teve gêmeos. Na época, ela já tinha um filho de outro casamento. Itamar também era pai de outros quatro filhos de relações anteriores, sendo que um sofreu um acidente fatal de moto aos 41 anos.
O que diziam os e-mails
Jéssica, a falsa amiga virtual, teria surgido logo no começo do namoro dele com Monique, enviando e-mails dizendo que a ex dele, Adriana Siqueira, não prestava. Em um dos e-mails, Jéssica insinua que ela estaria traindo ele com o seu filho Marlon, que acabou sendo expulso de casa pelo pai.
A investigação aponta que ela atacava a reputação de membros da família para mantê-lo longe. Outro alvo foi a filha dele Daniele, que foi tratada pela amiga virtual como 'calculista e interesseira'.
Em 2014, um dos alvos passou a ser Jomar, que herdaria o comando da empresa. Pessoas próximas afirmaram que quando ela descobriu que o filho havia se tornado sócio majoritário, passou a fazer um inferno na vida de Itamar.
Nesse momento, o empresário passa a desconfiar que o filho poderia estar desviando dinheiro e dando em cima de Monique, mandando presentes. Itamar e Jomar dividiam a mesma sala, mas o empresário mandou construir uma parede e os dois cortaram relações.
Manipulação com ajuda de filho
Em 2020, Itamar descobriu que Monique tinha um caso com Matheus Palheiras e o casamento acabou. Mesmo assim, os e-mails continuavam chegando para o empresário, o incentivando a ajudar a ex-esposa financeiramente.
De acordo com a Polícia Civil, Monique manipulou Itamar por dez anos. No período final, ela contou com a ajuda de seu filho, João Carlos Tavares da Mata Serpa, e de Matheus, com quem ficou casada até o início deste ano.
Desvios de dinheiro
Itamar morreu em 18 de julho de 2023 depois de não resistir a uma cirurgia. Enquanto estava internado, as investigações apontaram 21 transferências financeiras, no valor de mais de R$ 400 mil retirados da conta de Itamar por João, o filho de Monique, sem a sua autorização.
Ainda conforme as investigações, a quadrilha fez transferências bancárias em nome do empresário no dia de sua morte. Após enviar e-mails para influenciar o ex-marido a se afastar da família, Monique também recebeu mais de R$ 74 milhões em cotas da empresa.
Além disso, Itamar alterou seu testamento para beneficiar Monique e seu filho. Foram descobertas apólices de seguro de vida no valor de R$ 28 milhões em favor de Monique.
No total, de acordo com a polícia, Monique, Matheus e João conseguiram desviar R$ 122 milhões de Itamar, por meio de transferências bancárias, compra e venda de imóveis, alteração na apólice de seguros e fraude no testamento.
No dia 15 de maio de 2024, a ex-esposa conseguiu uma decisão judicial para destituir Jomar da presidência da Embelleze e convocou uma assembleia para ocupar o cargo, mas não teve sucesso. Jomar segue como presidente da empresa.
Os três foram indiciados pelo crime de estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa. Também são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro. O inquérito foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
A defesa de Monique
Em nota ao Fantástico, Monique afirmou ser vítima de uma campanha para destruir sua reputação.
"Mais uma vez, uma mulher honesta, que construiu família e tem três filhos do falecido, esteja sendo vítima de uma campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade, antes do devido processo legal, que conduzirá a Justiça brasileira a dizer não mais uma vez para a misoginia, o etarismo e tantos preconceitos sofridos pelas mulheres de todo o brasil, fazendo com que a verdade prevaleça", disse.
As defesas de Matheus e João ainda não foram encontradas. O espaço segue aberto para manifestações.
