A presidente Dilma Rousseff falou ao telefone na manhã desta sexta-feira com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, sobre a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, marcada para o próximo domingo. O brasileiro está no corredor da morte desde 2004, quando foi condenado por tráfico de drogas. Além de Marco, o também brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte está na lista de execução do país.
Segundo comunicado do Palácio do Planalto, no telefonema a presidente “ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros” e disse “respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias”.
Em resposta ao apelo de Dilma, Widodo disse compreender a preocupação da presidente com dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que “não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”. Dessa maneira, a execução de Marco e Rodrigo foram mantidas.
Dilma lamentou profundamente a decisão de levar a adiante a execução do brasileiro Marcos Archer, “que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral”.
No corredor da morte, brasileiro pede nova chance
Um vídeo divulgado nesta quinta-feira mostra uma mensagem do brasileiro Marco Archer. Em uma mensagem de áudio, gravada no dia 13 de janeiro, Marco fala do momento pelo qual ele passa, a poucos dias de sua execução. "É um momento muito difícil para mim. Estou ciente de que cometi um erro gravíssimo, mas eu mereço mais uma chance, pois todo mundo erra", disse.
Faltando menos de uma semana para a execução (no momento da gravação), o brasileiro já se colocou no local de fuzilamento e imaginou o que está por vir. "Eles botam uma venda no seu olho e somos executados a tiros. Meu Deus do céu, não dá nem para explicar", disse.
No final da mensagem, Marco diz que vai "lutar até o fim" e que a estrela dele "vai brilhar".