Um documento do Ministério Público do Estado de São Paulo revela que Paulo Massato, diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), deu “absoluta certeza” que “faltará água tratada para a população” no biênio 2015 e 2016, se a falta de chuvas continuar no Estado. O papel obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo demonstra um depoimento do executivo a dois promotores de Justiça que investigam as ações da Sabesp diante dos problemas hídricos em São Paulo.
Engenheiro civil e funcionário da empresa há 31 anos, Massato também afirmou que faltará “energia elétrica”, se considerar o baixo nível do reservatório das usinas. Na última sexta-feira, o Sistema Cantareira, principal reservatório de água da região metropolitana, recebeu 90 milímetros de chuva – a média histórica do mês é de 163 milímetros, no ano passado o acumulado foi de apenas 23 milímetros.
Sobre as obras para evitar a crise hídrica, o engenheiro respondeu aos promotores que, desde 2004, a Sabesp vem trabalhando para diminuir a dependência do Sistema Cantareira. Outra questão levantada pelos promotores, a transparência da estatal paulista, Massato afirmou que a empresa distribuiu releases (texto explicativo à imprensa) e que comunicou a população.
As informações cedidas por Paulo Massato foram anexadas ao inquérito da Sabesp. A presidente da empresa, Dilma Pena, já foi ouvida pelos promotores. Promotores do Patrimônio Público e Social, junto com colegas do interior e da promotoria do Meio Ambiente do Estado devem atuar em uma ação conjunta para atribuir as responsabilidades da crise.