Diretores e professores começam a receber treinamentos e simulados após ataques em escolas

Servidores recebem capacitação voltada a ações em situação de emergência e ao apoio psicossocial da comunidade escolar em diferentes Estados

14 abr 2023 - 20h52
(atualizado às 21h31)
Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, onde um aluno de 13 anos atacou professores e colegas na semana passada.
Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, onde um aluno de 13 anos atacou professores e colegas na semana passada.
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Após ataques e onda de ameaças de violência no ambiente escolar, diretores e professores de diferentes Estados passaram a receber treinamento e participar de simulações de como atuar em casos de emergência e como realizar atividades de apoio psicossocial a alunos e funcionários. Treinamentos dessa natureza estão sendo implementados ou planejados em Estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Piauí e Amazonas.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, os treinamentos que serão realizados nas escolas estaduais são voltados para o preparo de docentes em relação ao apoio psicossocial e identificação de possíveis riscos. Quanto às situações de emergência, a única orientação da Secretaria é de que os profissionais acionem imediatamente os órgãos de emergência, como a Polícia Militar e o Samu. Foi anexado ao aplicativo da Polícia Militar, o "190 SP", um botão de emergência específico para casos de violência em escolas, a partir do qual esse tipo de ocorrência será priorizada.

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Para as escolas municipais, a Prefeitura de São Paulo criou protocolos de alarde e de emergência.

A Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina informou que tem feito treinamentos com educadores sobre como agir em situações de emergência. O programa, feito em parceria entre a PM e a Secretaria Estadual de Educação (SED), tem cerca de duas horas e já formou cerca de mil educadores em Blumenau, cidade onde ocorreu um atentado a uma creche no início do mês. Agora, o Estado pretende expandir o treinamento para outras cidades.

"Acreditamos que a formação é o caminho, o trabalho intersetorial com outras secretarias e com as forças de segurança trouxe para os profissionais da educação as diretrizes para agir em um momento de crise que possa acontecer nas escolas", destacou a secretária adjunta da Educação de Santa Catarina, Patricia Lueders. O treinamento é feito a partir de apresentações com exemplos de situações de emergência e as condutas ideais para cada uma delas.

No Paraná, os treinamentos têm acontecido desde o final de março e contam com simulação e participação dos próprios alunos. O primeiro Treinamento de Segurança Escolar Avançado, que aconteceu no dia 25, no Colégio Estadual Cívico Militar Ermelino de Leão, em Curitiba, foi filmado e o vídeo foi compartilhado para outras escolas do Estado.

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O Piauí e o Amazonas também já realizam palestras com orientações para professores e estudantes, segundo informações das respectivas Secretarias Estaduais de Educação.

No Rio Grande do Sul, professores aprendem a manusear aplicativo

Temerosos com as ondas de violência dentro das escolas, autoridades ligadas à área da segurança pública se mobilizaram, nesta sexta-feira, 14, no Teatro do Bourbon Country em Porto Alegre, para treinar diretores das 98 escolas municipais e outros 217 colégios conveniados.

Pela manhã, cerca de 450 diretores e professores das escolas da rede municipal de ensino conheceram o novo aplicativo desenvolvido por técnicos da empresa BeOn.

O dispositivo, que funcionará como um ''botão de pânico'', será acionado pelo aparelho celular do professor, seja em caso de uma ameaça ou tentativa de violência por parte do aluno ou um agente externo.

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''O dispositivo terá comunicação instantânea, onde será emitido um alerta para o Centro Integrado do Comando de Porto Alegre, que de imediato acionará as forças de segurança, como a Guarda Municipal e Brigada Militar. O que está sendo apresentado e treinado agora aos diretores e docentes das escolas, é como utilizar esse sistema e em qual situação. Bastam apenas dois toques no celular, e não é preciso o professor interagir e explicar para o operador do outro lado da linha o que está ocorrendo. De imediato, o sistema já capta os dados e sabe que o sinal de socorro vem do professor X, da escola Y, localizada em tal rua, e logo a viatura policial mais próxima vai até lá'', explicou o secretário de Segurança de Porto Alegre, Alexandre Aragon.

Ainda de acordo com o secretário, o treinamento destes servidores servirá como formação de ''multiplicadores'', ou seja, os primeiros docentes e funcionários das escolas que aprenderam as técnicas de como usar o aplicativo, terão a tarefa de orientar seus colegas, e assim por diante.

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