Dirigente sindical lucrava até R$ 1 mil mensal, diz delegada

8 set 2014 - 21h12

As investigações da Delegacia Fazendária da Polícia Civil (Delfaz), que cumpriu nesta segunda-feira dez mandados de busca e apreensão na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Niterói, São Gonçalo e Adjacências, na região metropolitana do Rio de Janeiro, apontam para um esquema de fraude que beneficiava a presidenta da entidade, Rita de Cácia da Silva Rodrigues, com até R$ 1 milhão por mês. A informação foi dada nesta tarde pela delegada assistente da Delfaz, Tatiana Queiroz, responsável pela investigação.

A presidente do sindicato é investigada por se apropriar de uma taxa de assistência que comerciantes pagam por cada funcionário que trabalha aos domingos e feriados. Com o dinheiro, Rita de Cácia comprava imóveis e móveis de grande valor. “Mensalmente ela tinha um lucro de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, sem dúvida nenhuma. Esse lucro é de 2010 para cá. Ela está no sindicato desde 2004, no entanto a gente só tem comprovação das fraudes desde 2010. O próximo passo é avaliar a documentação e pensar, juridicamente, como agir para ela não liquidar esses bens”, explicou Tatiana Queiroz.

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De acordo com a Polícia Civil, Rita de Cácia deve responder por apropriação indébita, crime de quadrilha ou bando, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, já que burlava os direitos dos empregados. A delegada assistente acredita que com todos esses crimes a pena da sindicalista pode chegar a 20 anos.

“Os mandados de busca e apreensão consistem em apreender documentos que nos deem certeza da apropriação da taxa de assistência, por parte de Rita de Cácia, que apenas lança um determinado número de funcionários, e do restante ela se apropria do dinheiro. Com isso, ela compra imóveis, bens móveis de grande valor e utiliza terceiras pessoas para essa prática criminosa. Nenhum bem foi apreendido porque, primeiro, queríamos apreender a documentação dos bens no nome de pessoas ligadas a ela, ou no nome dela, e que comprovassem essa ligação”, disse Tatiana.

Além de cumprir dez mandados na sede do sindicato, a operação se estendeu por outros noves endereços, incluindo municípios do interior do estado. Documentos e computadores foram apreendidos, mas ninguém foi preso durante a operação da Delfaz.

O sindicato foi contatado, mas ninguém da entidade quis comentar o assunto.

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Agência Brasil
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