O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira que espera para o dia 21 deste mês uma definição do Ministério da Saúde sobre a compra pelo governo federal da vacina contra Covid-19 em desenvolvimento pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
O governador afirmou que o secretário de Governo de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy; o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn; e o presidente do Butantan, Dimas Covas, estiveram reunidos na capital federal na véspera com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e que espera que uma decisão seja tomada em uma nova reunião em Brasília da qual ele próprio participará pessoalmente.
"Pretendemos ter uma posição final e definitiva do Ministério da Saúde em relação aos dois temas: ao investimento (federal) na fábrica do Butantan, e já houve uma promessa no valor de 92 milhões de reais do Ministério da Saúde... e principalmente sobre a aquisição da vacina", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
O governador afirmou ainda que o início das obras da fábrica do Butantan para a produção local da CoronaVac se dará em novembro, mesmo sem recursos do governo federal, pois, segundo ele, 130 milhões de reais já foram captados junto ao setor privado para este fim.
O governador também disse que tem se reunido com parlamentares e governadores de outros Estados que demonstraram interesse na vacina chinesa, cujos testes em voluntários deve terminar na semana que vem, e que espera que o Ministério da Saúde também adquira doses além das que o Estado de São Paulo comprará para imunizar a população de todo o país, não só a paulista.
"Porém, se houver qualquer viés de ordem política, de ordem eleitoral ou viés ideológico que possa colocar em prejuízo os brasileiros de São Paulo, São Paulo vai adotar a vacina --aprová-la evidentemente na Anvisa-- e faremos a imunização dos brasileiros de São Paulo, sim", disse Doria.
A potencial vacina da Sinovac ainda precisa ter o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e de acordo com autoridades paulistas, os dados dos testes disponíveis até agora indicam que ela é segura e sinalizam sua eficácia.
Doria é rival político do presidente Jair Bolsonaro, que enxerga no governador de São Paulo um provável concorrente em sua tentativa de reeleição em 2022. O tucano também faz criticas públicas ao presidente com frequência, especialmente da maneira que Bolsonaro lidou com a pandemia.