Eficácia da CoronaVac será anunciada no início de dezembro, registro é esperado para janeiro

23 nov 2020 - 13h08
(atualizado às 14h37)

Os dados preliminares da eficácia da CoronaVac, potencial vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, serão anunciados no início de dezembro e a expectativa é de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dê o registro ao imunizante em janeiro, disse nesta segunda-feira o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

Caixas da CoronaVac
24/09/2020
REUTERS/Thomas Peter
Caixas da CoronaVac 24/09/2020 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

Em entrevista coletiva no Butantan, autoridades de saúde do Estado anunciaram que o número de infectados nos estudos clínicos com a CoronaVac superou o mínimo de 61 necessários para se fazer uma primeira análise da eficácia, que já está em andamento. Esses dados, posteriormente, serão passados a um comitê internacional independente que acompanha o estudo.

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"Teremos a divulgação logo na primeira semana de dezembro pelo comitê internacional independente sobre a eficácia da vacina, do quanto ela é capaz de proteger na vida real contra o coronavírus", disse Gorinchteyn.

"Assim que divulgados esses resultados, eles serão então encaminhados para a Anvisa para o seu conhecimento e chancela. A expectativa é que já no mês de janeiro próximo ano a Anvisa tenha aprovado a CoronaVac e com os 46 milhões de doses disponíveis no Instituto Butantan, em conjunto com o Programa Nacional de Imunização, terá a possibilidade de vacinar brasileiros de todo o país."

O presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que até o momento 74 voluntários dos mais de 10 mil que participam dos testes com a potencial vacina foram infectados pelo coronavírus. Ele explicou que, a partir de agora, serão abertos os dados dos testes para saber quantos desses infectados tomaram a vacina e quantos tomaram um placebo e, a partir disso, será medida a eficácia do imunizante.

"Se todos os casos apareceram em quem tomou o placebo, a eficácia é 100%", exemplificou o presidente do Butantan.

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Dimas Covas também afirmou que espera que o processo de registro da vacina no Brasil seja acelerado, por se tratar da urgência em meio à pandemia.

"Com os resultados da eficácia e com a disponibilidade da vacina, o processo normal (de registro) poderá ser acelerado", disse o presidente do Butantan.

"É isso que nós esperamos, que haja sensibilidade das nossas autoridades para que isso aconteça muito rapidamente", acrescentou.

Apesar de o Ministério da Saúde não ter mencionado a CoronaVac em uma nota divulgada no fim de semana em que disse estar estudando a compra de vacinas de várias fabricantes, após reuniões na semana passada, Dimas Covas manifestou confiança de que a candidata da Sinovac seja incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI) da pasta.

Ele disse que as reuniões que o ministério fez com fabricantes na semana passada, o Butantan já fez com a pasta em setembro.

"O nosso Ministério da Saúde já demonstrou interesse nessa vacina à medida que ela fosse registrada e, brevemente, isso acontecendo vamos novamente instar o nosso ministério em relação à incorporação no Programa Nacional de Imunização", disse Dimas Covas.

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"Esperamos que haja a incorporação dessa vacina, que é mais uma vacina do Butantan, se soma às demais que nós produzimos aqui. Então não faria sentido nenhum a não incorporação dessa vacina ao Programa Nacional de Imunização."

O presidente Jair Bolsonaro, que é desafeto político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já minimizou por diversas vezes a CoronaVac e disse que o imunizante não transmite confiança à população devido à sua origem.

Recentemente, ele comemorou como uma vitória pessoal a breve interrupção dos testes com a vacina determinada pela Anvisa, que autorizou a retomada dois dias depois, e desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quando ele afirmou que a CoronaVac seria incluída no PNI.

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