Élcio Queiroz, ex-policial militar que confessou ter participado da execução da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, foi transferido na noite desta terça-feira, 25, para a ala de segurança máxima de uma das unidades prisionais do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) ao Terra, que afirmou não detalhar lotações de custodiados por motivos de segurança.
Élcio, que estava no presídio federal de Brasília, administrado pelo governo federal, agora está em um presídio de responsabilidade do Governo do Distrito Federal.
Conforme informação apurada pela CNN, o objetivo da transferência foi abrir espaço para que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa fosse realocado no presídio de segurança máxima onde estava Élcio, para que, assim, os dois não tenham contato.
De acordo com investigações da PF, Élcio foi o motorista responsável por conduzir o Cobalt prata usado no atentado contra Marielle em 14 de março de 2018. Élcio encontra-se detido desde 2019, assim como o ex-policial Ronnie Lessa.
Ao decidir colaborar com a delação premiada sobre as mortes de Marielle e Anderson, Élcio também recebeu benefícios ao admitir sua participação no crime. Conforme o acordo estabelecido, além dos 4 anos já cumpridos em detenção, ele será sentenciado a mais 8 anos de prisão em regime fechado, totalizando uma pena de 12 anos de reclusão.
Além disso, como parte dos benefícios de sua delação premiada, Élcio não será submetido a júri popular, ao contrário de Ronnie Lessa.
Como medida de segurança, a família do ex-policial militar também receberá proteção.
Prisão de ex-bombeiro
Também nesta terça-feira, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, apelidado de Suel, foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, presídio de segurança máxima. Suel foi preso na segunda-feira, 24, acusado de participar da morte de Marielle.
Segundo a Polícia Federal, Suel era o principal alvo da Operação Élpis, deflagrada na segunda. A sua transferência foi realizada com apoio do Comando de Aviação Operacional da PF (CAOP) e de policiais federais da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado da PF/RJ.
Na determinação da Justiça que pediu pela transferência do ex-bombeiro, foi considerado que ele "representa risco às investigações". Suel poderá permanecer na unidade federal por até três anos. Esse prazo pode ser prorrogado a partir de outra decisão judicial.