Elize é condenada a 19 anos e 11 meses em regime fechado

5 dez 2016 - 02h19
(atualizado às 10h49)
Fim de julgamento de Elize Matsunaga
Fim de julgamento de Elize Matsunaga
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

A Justiça de São Paulo condenou, na madrugada desta segunda-feira, a bacharel em direito Elize Matsunaga a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão em regime fechado. Ela foi considerada culpada pela morte do marido, Marcos Kitano Matsunaga, em 19 de maio de 2012. Elize deu um tiro na cabeça da vítima e posteriormente cortou o corpo em sete partes, dentro do apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista. O julgamento, que começou na segunda-feira passada, durou sete dias e consumiu mais de 70 horas no plenário do júri.

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Das três qualificadoras contidas na denúncia, apenas uma foi aceita: a de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (tiro a curta distância, de cima para baixo). As outras duas, motivo torpe (vingança pela traição do marido e interesse financeiro) e meio cruel (degola da vítima ainda em vida) foram rechaçadas pelos jurados.

Depois do crime, Elize colocou as partes em sacos plásticos e as transportou em três malas, que foram abandonadas em Cotia, na Grande São Paulo. Ela está presa em Tremembé, no interior do Estado, e já cumpriu quatro anos e meio de pena.

Em seu depoimento, que durou mais de quatro horas, Elize demonstrou arrependimento por ter assassinado o marido. Ela afirmou que queria, "de verdade", que tudo não passasse de um pesadelo.

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Ao responder ao juiz Adilson Paukoski e às perguntas de sua de defesa - ela se recusou a apresentar a sua versão ao Ministério Público -, Elize chorou em diversos momentos, sempre quando se referia à sua família e à filha do casal. Ela também pediu desculpas à mãe de Marcos pelo crime. "Se eu pudesse voltar no tempo não teria feito isso".

Nos momentos em que ela lembrou da morte do marido, manteve sempre a voz firme, reiterando a versão apresentada desde a data do crime. Ela conta que foi um momento de ódio e raiva e que Marcos a humilhava rotineiramente, pelo menos nos seis meses anteriores ao crime.

Nesse período, Marcos chegava tarde e com cheiro de perfume. "Quando eu falava que ele estava saindo com outra ele dizia que eu era louca". E logo começavam as ofensas: "Ele falava que eu era uma vaca, uma putinha. Dizia que eu só servia para abrir as pernas, que meu pai era vagabundo". 

Morte

O executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio de 2012. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. 

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A mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, então com 31 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho de 2012. 

Eles eram casados há três anos e tinham uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior. 

Fonte: Especial para Terra
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