O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse haver "insinuações" de que seria mais fácil uma votação a favor dele nos tribunais superiores se não for candidato nas eleições e "não falar contra a condenação", mas defendeu que o Judiciário o julgue por ser inocente, em carta lida em Curitiba nesta segunda-feira pela presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann.
A defesa do ex-presidente deve recorrer em breve ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o mérito da condenação.
"Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que absolver porque sou candidato, porque vou ficar bonzinho. Ela tem que votar porque sou inocente e também para recuperar o papel constitucional que ela quer, que é ser garantia do comportamento da Constituição", afirmou.
Na carta, o ex-presidente disse estar feliz com o resultado das pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, onde aparece na liderança mesmo após a prisão no dia 7. Para ele, o ano de 2018 é "muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia e para mim". "Eu quero minha liberdade", destacou.
Lula permanece na dianteira, conforme os dados da última pesquisa Datafolha, embora tenha perdido algum fôlego. O PT segue dizendo que irá inscrevê-lo na sucessão presidencial em agosto, mesmo com ele detido e sob risco de não poder concorrer por possivelmente vir a ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Ao final, o petista disse que a "luta continua até a vitória final".
Nesta segunda, o Diretório Nacional do PT aprovou uma resolução com 19 pontos de atuação da legenda. Entre eles, reafirmar a candidatura de Lula, fortalecer a denúncia do "golpe e da prisão ilegal" do ex-presidente na mídia global e apresentar nas próximas semanas o programa de governo.