A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, em viagem à Cuba, que só vai tratar de reforma ministerial quando chegar no Brasil. Ela participa em Havana da 2ª Cúpula da Comunidade dos Países Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e deve chegar em Brasília nesta quarta-feira, quando deve dar os próximos passos para a escolha dos substitutos dos ministros que deixarão os cargos para disputar as eleições presidenciais.
"(Sobre) reforma ministerial eu converso no Brasil. Fora do Brasil, eu converso sobre assuntos de fora do Brasil, porque isso é uma questão de respeito com a população brasileira", limitou-se a dizer a jornalistas nesta tarde, antes de participar de seu último compromisso na cúpula.
Segundo a presidenta, são "especulações indevidas" as informações divulgadas sobre a meta de superávit primário deste ano. "Ninguém do governo falou quanto vai ser cortado nem qual o superávit primário. Lamento que tenham sido anunciado números, valores e compromissos. Quando for a hora e ao longo do mês de fevereiro (será anunciado)", disse, antes de comentar que esse assunto também deve ser discutido em solo brasileiro.
"Está desautorizada qualquer manchete e informação nesse sentido, tipo 'Fontes do Palácio do Planalto (dizem isso, aquilo)", declarou. Durante a entrevista, Dilma também falou sobre a parada técnica que a comitiva presidencial fez nesse fim de semana em Portugal, escala que foi questionada por jornais e pela oposição nos últimos dias e que não constava na agenda oficial da presidenta
Segundo Dilma, não foi convocada por ela nenhuma reunião para discutir medidas para conter os protestos contra a Copa do Mundo. "Tem umas coisas que eu não sei como aparecem no jornal […]. É importante que o estado de São Paulo esclareça as condições, como tem feito o secretário de Segurança Pública (Fernando Grella). Esperamos esclarecimentos junto com todos os brasileiro", disse, em referência ao manifestante que foi baleado pela Polícia Militar (LINK) do estado durante protesto contra o Mundial.
"O Brasil tem maturidade democrática. Pode olhar, poucos tiveram atitude que tivemos. Não fomos para a repressão, ouvimos as vozes e fizemos cinco pactos", disse. Segundo a presidenta, manifestações são parte da democracia que o Brasil conquistou. "Mas eu sou contra e o governo é contra atos de violência contra pessoas e contra patrimônio publico e privado", disse.
Dilma disse ainda que não ofereceu ajuda à Argentina, cuja moeda sofreu a maior desvalorização mensal em 12 anos. "Não tem ajuda porque em nenhum momento a presidenta Cristina (Kirchner) pediu. Ela acha que lida com aquela situação e cada país trata com sua realidade. A presidenta Cristina disse que tem todas as condições, que estão atentos e vão tratar das questões", disse.