Em evento liderado por Doria, ex-presidentes defendem vacinação contra Covid-19

25 jan 2021 - 14h18
(atualizado às 15h21)

Os ex-presidentes da República José Sarney, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso defenderam a vacinação contra Covid-19, em evento liderado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) nesta segunda-feira, dia em que a capital completa 467 anos.

Governador de São Paulo, João Doria, mostra caixa da CoronaVac 
07/01/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
Governador de São Paulo, João Doria, mostra caixa da CoronaVac 07/01/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Durante a solenidade, Doria disse que o gesto "não seria, como não é, um ato político ou de confronto". Afirmou que, ao contrário, é um ato de "união, solidariedade, que a vida de brasileiros está acima de qualquer sentimento", destacando que o Brasil já perdeu mais de 217 mil pessoas para o vírus.

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"É uma tragédia na história do país", disse o tucano.

Doria é um potencial adversário do presidente Jair Bolsonaro na sucessão presidencial de 2022 e tem travado com ele duros embates sobre a atuação do governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro não tem sido um forte defensor da vacinação, dizendo que, embora ela vá ser ofertada à toda população, não será obrigatória.

Primeiro a falar, de forma virtual, José Sarney destacou que a vacinação é a "esperança para vencer essa tragédia". Disse ainda que é a hora de dizer à população brasileira que colabore com os esforços das autoridades sanitárias.

O ex-presidente Michel Temer, que falou remotamente em seguida, afirmou que tomará a vacina "com muita tranquilidade" assim que chegar o seu momento.

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"A vida não volta, mas a economia se recupera", declarou.

"Vacinem-se todos, esta é a melhor comemoração que podemos fazer no dia da fundação de São Paulo", exaltou.

Único presente ao evento, usando máscara, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que nunca se passou por nada parecido com a situação atual e destacou que o vírus não perdoa "idade, classe social, nada, ele mata".

"A defesa que nós temos é a vacina", afirmou. Questionado por um repórter sobre a atuação do governo federal, FHC mandou um recado indireto: "Governos são sempre transitórios, não estou aqui para criticar governos, mas nós temos instituições sólidas", disse.

Os ex-presidentes Fernando Collor e os petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff foram convidados, mas declinaram de participar do encontro.

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Apesar da ressalva de não se tratar de ato político, João Doria posou, em dois momentos, fazendo um V de vitória com os ex-presidentes e demais autoridades presentes.

CHINA

Designado por Doria para lidar com tratativas na China, Temer disse que conversou com o embaixador do país asiático no Brasil pela manhã e acrescentou ter sido informado que os insumos para fabricação de vacinas no país já estão sendo acondicionados.

Segundo Temer, há uma "pequena questão técnica" e depois os insumos seguirão para o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

João Doria disse que terá uma reunião com representantes da diplomacia chinesa na terça-feira e a intenção é fazer novo anúncio de lotes da vacina. O Butantan já adquiriu 106 milhões de doses da CoronaVac.

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