'Escolhi esse caminho, sou muito feliz', diz Bolsonaro após indiciamento em inquérito da PF

Indiciado no inquérito de suposta fraude em cartão de vacinas, ex-presidente pediu que 'não se preocupem' com ele e fez referência bíblica

4 jul 2024 - 10h24
(atualizado às 12h23)
PF decide indiciar Bolsonaro nos inquéritos da venda de joias ilegais e do cartão de vacinas
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Após a Polícia Federal (PF) deflagrar a segunda fase da operação Venire, que investiga a falsificação de certificados de vacinas contra a covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as pessoas não precisam se preocupar com ele e que escolheu "esse caminho e sou um homem muito feliz."

A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira, 4, à coluna da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. Ainda nesta quinta, a PF decidiu indiciar o ex-presidente nos inquéritos do cartão de vacina e da venda ilegal de joias. Aliados de Bolsonaro também foram indiciados.

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A coluna havia questionado o ex-presidente se ele tinha lido a notícia de seu indiciamento. Sem responder diretamente à pergunta, ele enviou um vídeo com a mensagem:

'Por falta de conhecimento...... meu povo pereceu.

'Deus, Pátria, Família e Liberdade.

Não se preocupem comigo.

Eu escolhi esse caminho.

Sou um homem muito feliz.

Bom dia a todos.

Jair Bolsonaro."

O ex-presidente já havia usado um trecho desta mesma mensagem na legenda de uma publicação de 2022, em seu perfil no Instagram, uma referência ao versículo de Oséias 4:6, conhecido por cristãos como um comentário sobre a falta do conhecimento de Deus e como isso levará o homem à ruína. 

Operação Venire

Durante a tramitação da PEC, Bolsonaro chegou a fazer campanha no Congresso contra a reforma tributária
Durante a tramitação da PEC, Bolsonaro chegou a fazer campanha no Congresso contra a reforma tributária
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Nesta quinta, investigadores da PF cumprem mandados de busca e apreensão contra agentes públicos de Duque de Caxias (RJ). Segundo a Polícia Federal, eles teriam viabilizado a inserção de dados falsos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). 

Os alvos da operação são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde do município.

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Dois mandados de busca e apreensão serão cumpridos na capital fluminense e em Duque de Caxias. A PF também busca identificar outras pessoas que foram beneficiadas pelo esquema fraudulento, por meio da operação.

O ex-presidente da República do Brasil Jair Messias Bolsonaro ficou retido em protesto no Pará
Foto: Alexandre Brum/Estadao / Estadão

Dados dos sistemas do Ministério da Saúde mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria recebido duas doses de vacinas contra a covid-19, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022.

A suposta falsificação teria com objetivo permitir a entrada de Bolsonaro e seus familiares e auxiliares nos Estados Unidos, em uma tentativa de burlar a regra de vacinação obrigatória para entrada no país. 

No penúltimo dia de seu mandato, Jair deixou o Brasil e foi para os EUA. Segundo a Polícia Federal, os dados foram inseridos no sistema no dia 21 de dezembro, pelo secretário municipal de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, e 6 dias depois, as informações foram removidas por Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.

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Já no dia 27 de dezembro, um computador com registro do Palácio do Planalto acessou o ConecteSUS para gerar certificados de vacinação para impressão. Na época, Bolsonaro disse que não tomou nenhuma vacina, e que não houve fraude nos registros de saúde dele e da filha.

Fonte: Redação Terra
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