O espião russo Serguei Vladimirovich Cherkasov não será extraditado, pelo menos por enquanto. Em nota técnica, o Minsitério da Justiça e Segurança Pública informou que o cidadão russo, que passou anos vivendo como um brasileiro, foi alvo de dois pedidos de extradição, pela Rússia e pelos Estados Unidos.
O segundo, no entanto, foi considerado improcedente, já que Serguei já tinha um pedido de extradição homologado no Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, a execução do pedido russo, homologado em março de 2023, foi suspenso com base no art. 95 da Lei nº 13.445/2017.
Conforme estabelecido no dispositivo, a extradição será executada somente após a conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvadas as hipóteses de liberação antecipada pelo Poder Judiciário e de determinação da transferência da pessoa condenada. Ou seja, Serguei deverá cumprir pena no Brasil.
O ministro Flávio Dino se pronunciou sobre o caso em uma rede social. Ele enfatizou o embasamento da nota técnica do Ministério na Lei de Migração. "No momento, o citado cidadão permanecerá preso no Brasil", disse.
Quanto ao cidadão russo SERGUEI VLADIMIROVICH CHERKASOV, esclareço que o parecer técnico do Ministério da Justiça, acerca de dois pedidos de extradição, está embasado em Tratados e na Lei 13.445/2017. No momento, o citado cidadão permanecerá preso no Brasil.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) July 27, 2023
Quem é o espião russo
Serguei Vladimirovich Cherkasov chegou ao Brasil em 2010, época em que adotava a identidade de Victor Muller Ferreira. Ele conseguiu passaporte brasileiro, certificado de alistamento militar, título de eleitor, cartão do cidadão e cartão do SUS.
Em abril de 2022, Serguei foi descoberto ao tentar entrar na Holanda com um passaporte brasileiro falso. Lá, o espião estaria tentando fazer um estágio no Tribunal de Haia, mas foi deportado de volta ao Brasil, onde permanece preso desde então.