Após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que a pasta vai exigir que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 seja feita apenas com atestado médico, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) rejeitou aplicar a ideia nos estados.
A medida nunca foi usada na história bem sucedida da imunização de crianças brasileiras e também é contra determinações de leis nacionais, que obrigam a vacinação no caso do imunizante ser aprovado pelas autoridades sanitárias.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já liberou a vacinação dos pequenos no país, o segundo com a maior quantidade de vítimas pediátricas da Covid-19 no mundo, na última semana.
Dados do próprio Ministério, compilados pelo jornal "O Globo", apontam que uma criança nessa faixa etária morre a cada dois dias no Brasil - são 302 mortes.
Na "Carta de Natal do Conass às crianças do Brasil", os secretários de saúde dos 26 estados e do Distrito Federal afirmam que "quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina". "A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos", diz o texto.
O Conass ainda criticou Queiroga, que disse não ter pressa para aprovar a liberação das vacinas porque "não há emergência" nessa faixa etária.
"Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis.
Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos", afirmam.
Consulta pública
Também em uma atitude inédita na história da vacinação do Brasil, começou no fim da noite desta quinta-feira (23) a consulta pública sobre a imunização das crianças.
No entanto, na manhã desta sexta-feira, a plataforma usada - que, além de tudo, não apresenta mecanismo antifraude, de identificação e não está no e-cidadania - apresentou "limite de respostas recebidas".
À tarde, o Ministério informou que mudou a plataforma, dentro do sistema Gov.br e que foi criado um novo link para o caso. A consulta ficará aberta até o dia 2 de janeiro. .