Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mantiveram nesta quarta-feira (2) a ocupação do campus principal da instituição, no Maracanã, na zona norte da capital. Na tarde de terça (1), os alunos se reuniram em assembleia e decretaram greve. A principal reivindicação é o pagamento dos salários atrasados dos terceirizados, dos residentes e dos bolsistas de graduação, além do reajuste no valor das bolsas para os universitários, atualmente de R$ 400.
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Eles também querem a destinação de 6% do orçamento do estado para as universidades públicas. Karina Santos, estudante de comunicação social, destacou que terceirizados, estudantes residentes e cotistas estão sem receber. Segundo ela, muitos cotistas dependem da bolsa para continuar os estudos.
“É totalmente inviável para um estudante cotista vir estudar nessas circunstâncias. A Uerj, que é uma faculdade pioneira no que diz respeito às cotas, não pode dizer que não tem condição de pagar a bolsa deles. Como é que os terceirizados virão trabalhar sem receber seus pagamentos, sendo que o mesmo já não é feito de forma regular há mais de um ano? Isso só ilustra como esse atraso já é algo rotineiro na universidade”, explicou.
David Gomes, aluno de história e cotista da universidade, confirmou que, sem o pagamento da bolsa, não tem condições de estudar. “O transtorno de não receber a bolsa é total. Quando a gente a recebe, faz todo o planejamento do mês para tentar se manter, minimamente, dentro da universidade, já que o valor não cobre todas as despesas para estudar. A universidade é pública, mas pagamos para comer, pagamos xerox, passagens, etc”.
Os estudantes devem se reunir novamente em assembleia na sexta-feira (4) para decidir os rumos do movimento. Em nota publicada em seu site, a reitoria da Uerj limitou-se a dizer que a manifestação pacífica dos alunos é legítima e motivada.