EUA prometem colaborar com investigações sobre espionagem

10 jul 2013 - 16h34
(atualizado às 16h39)

Em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, comprometeu-se a organizar uma equipe de especialistas em vários setores associados às comunicações para investigar as denúncias de espionagem de cidadãos brasileiros por agências americanas. Diplomatas que acompanharam a reunião informaram à Agência Brasil que Shannon disse que está disposto a colaborar com as autoridades brasileiras.

O embaixador americano entregou a Patriota um documento, de uma página, informando a criação do grupo de especialistas e se comprometendo a colaborar. Antes, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, enviou ao Departamento de Estado americano, por intermédio da Embaixada dos Estados Unidos, nota cobrando explicações.

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No texto, o governo brasileiro pede explicações sobre as "alegadas denúncias de espionagem". A expressão utilizada pelas autoridades brasileiras não foi contestada pelos norte-americanos.

Patriota e Shannon se reuniram na terça-feira no prédio do Itamaraty. Antes, o chanceler esteve com a presidente Dilma Rousseff. No domingo (7), quando vieram à tona as denúncias de espionagem, o embaixador norte-americano conversou com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, na casa do brasileiro em Brasília.

Reportagens publicadas no jornal O Globo informam que por intermédio do acesso a dados obtidos por Edward Snowden, que trabalhava em prestadora de serviços para a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, há indicações de que cidadãos brasileiros tenham sido monitorados.

As reportagens mostram ainda que havia uma espécie de escritório da NSA em parceria com a Agência de Serviço de Inteligência americana (CIA) em Brasília. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil negou a veracidade das informações, mas não entrou em detalhes.

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Espionagem americana no Brasil

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

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Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Agência Brasil
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