Ex-assessor da família Bolsonaro devolvia 80% dos salários

Marcelo Nogueira fez afirmações sobre supostos crimes que teriam sido cometidos pela ex-esposa e filhos do presidente Jair Bolsonaro

3 set 2021 - 08h50
(atualizado às 09h03)

Um ex-funcionário da família do presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Nogueira, revelou nesta quinta-feira (2) ao jornal "Metrópoles" que precisava devolver 80% dos salários e benefícios durante o tempo que trabalhou no gabinete de Flavio Bolsonaro. Ele ainda fez acusações contra Carlos e Ana Cristina Valle, ex-esposa do mandatário.

Marcelo Nogueira trabalhou para a família Bolsonaro por 14 ano; na foto, ele aparece com um dos filhos do presidente, Renan
Marcelo Nogueira trabalhou para a família Bolsonaro por 14 ano; na foto, ele aparece com um dos filhos do presidente, Renan
Foto: Reprodução/Instagram

Em sua entrevista, Nogueira afirmou que trabalhou por 14 anos com os Bolsonaro e disse ter se demitido porque não teve seu pedido de salário atendido - ele teria combinado receber cerca de R$ 3 mil, mas recebia menos de R$ 2 mil de Ana Cristina em Brasília.

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Durante os 14 anos, ele trabalhou na campanha de Flavio para deputado estadual em 2002; entre 2003 e 2007 trabalhou no gabinete de Flavio; em 2007 virou uma espécie de babá de Jair Renan, filho do presidente com Ana, quando ele tinha 9 anos; e entre 2014 e 2021 foi empregado doméstico da ex-esposa do mandatário.

Além de relatar ao site que devolveu 80% do que ganhou durante os anos que trabalhou no gabinete do deputado, Nogueira relatou que o esquema de devolução de dinheiro de funcionários - conhecido como "rachadinha" - também ocorria no gabinete de Carlos. Ainda conforme o ex-funcionário, até a separação com Jair, era Ana quem recolhia esses valores dos funcionários. A partir de 2007, Flavio e Carlos teriam assumido essa "função".

Nogueira ainda acusa Ana Cristina de ter usado laranjas para comprar a mansão para a qual se mudou com Jair Renan recentemente em Brasília. Segundo o que foi revelado por diversos jornais, a casa custa mais de R$ 3 milhões, mas ela afirma que mora de aluguel no local.

Carlos, Flavio e Ana são investigados, em processos diferentes no caso dos irmãos, pelo esquema da "rachadinha" pelo Ministério Público e por terem nomeado também funcionários fantasmas. Enquanto o processo de Flavio está ainda em discussão sobre qual esfera judicial deve julgar o caso (hoje ele é senador), o de Carlos e Ana está tramitando no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

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Jair Renan não é investigado por nenhum crime e, recentemente, fez um post homenageando Nogueira por ser "um grande amigo" para ele. "Você me ensinou muito, especialmente a como me tornar uma boa pessoa. Sua empatia e seu carinho são contagiantes, e eu serei eternamente grato a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho", escreveu em um post no Instagram.

Nogueira ainda informou que abriu um processo contra Ana Cristina por conta dela não ter pago os salários de maneira correta nos últimos meses e o "Metrópoles" informou que viu a ação judicial e que ela está tramitando conforme relatado.

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