A exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, realizada na cidade de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, terminou após quase 18 horas. O procedimento teve início por volta de 7h50 de quarta-feira e só acabou perto das 2h da madrugada desta quinta-feira. Agora, o corpo de Jango será levado para Brasília.
Publicidade
Às 2h23 desta quinta, a urna com os restos mortais do ex-presidente, coberta pelas bandeiras do Brasil e de São Borja, deixou o cemitério Jardim da Paz. Como o aeroporto da cidade não permite pousos e decolagens noturnos, estava previsto o traslado da urna até Santa Maria, no centro do Estado, em um caminhão-baú, de onde seguiria para Brasília por via aérea.
A comissão que cuida da exumação, no entanto, mudou os planos e decidiu pela permanência dos restos mortais de Jango em um quartel da Brigada Militar na cidade. Logo ao amanhecer, um avião da Força Aérea Brasileira deve levar o corpo de Jango direto para a capital federal, onde está prevista uma recepção, às 10h, pela presidente Dilma Rousseff.
Logo após o fim da exumação e da colocação da urna no caminhão para o início do traslado, os familiares de João Goulart se abraçaram em frente ao cemitério.
Publicidade
No dia 5 de dezembro, o corpo de Jango voltará ao Rio Grande do Sul, onde será recebido no Palácio Piratini pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.
A exumação servirá para apurar a suspeita de que o ex-presidente tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não há dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura. A exumação do corpo de um ex-presidente é um fato inédito no Brasil.
1 de 11
13 de novembro - Familiares, autoridades e cidadãos acompanham o procedimento, porém, apenas peritos têm acesso ao jazigo
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos
2 de 11
13 de novembro - Peritos antes do início dos trabalhos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja (RS) nesta quarta-feira
Foto: Itamar Aguiar
3 de 11
13 de novembro - Exames fazem parte dos esforços da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para determinar se Jango foi ou não assassinado durante a ditadura militar
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos
4 de 11
13 de novembro - Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), esteve no local da exumação de Jango na manhã desta quarta-feira
Foto: Luiz Roese
5 de 11
13 de novembro - Estrutura foi montada no entorno do cemitério para acompanhar os trabalhos
Foto: Luiz Roese
6 de 11
13 de novembro - Tarso Genro ficou por cerca de uma hora no cemitério Jardim da Paz
Foto: Luiz Roese
7 de 11
13 de novembro - Urna com os restos mortais do ex-presidente será traslado até Santa Maria, de onde seguirá rumo a Brasília
Foto: Luiz Roese
8 de 11
14 de novembro - Avião com os restos mortais do ex-presidente chega ao Palácio do Planalto
Foto: Diogo Alcântara
9 de 11
14 de novembro - A presidente Dilma Rousseff, membros do governo e familiares de Jango participam da cerimônia em Brasília
Foto: Diogo Alcântara
10 de 11
14 de novembro - Ao lado da viúva de Jango, Maria Teresa Goulart (dir.), Dilma deposita flores sobre o caixão do ex-presidente
Foto: Beto Nociti
11 de 11
14 de novembro - Dilma entrega bandeira do Brasil à viúva de João Goulart, Maria Teresa Goulart, durante cerimônia em homenagem ao ex-presidente