Exumação do corpo do ex-presidente Jango termina após mais de 18 horas

Procedimento coordenado pela Comissão Nacional da Verdade tenta determinar se Jango foi envenenado durante a ditadura militar

14 nov 2013 - 03h18
(atualizado às 05h36)
<p>Exumação demorou mais que o previsto; urna com os restos mortais de Jango segue agora para Brasília</p>
Exumação demorou mais que o previsto; urna com os restos mortais de Jango segue agora para Brasília
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra

A exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, realizada na cidade de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, terminou após quase 18 horas. O procedimento teve início por volta de 7h50 de quarta-feira e só acabou perto das 2h da madrugada desta quinta-feira. Agora, o corpo de Jango será levado para Brasília.

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Às 2h23 desta quinta, a urna com os restos mortais do ex-presidente, coberta pelas bandeiras do Brasil e de São Borja, deixou o cemitério Jardim da Paz. Como o aeroporto da cidade não permite pousos e decolagens noturnos, estava previsto o traslado da urna até Santa Maria, no centro do Estado, em um caminhão-baú, de onde seguiria para Brasília por via aérea.

A comissão que cuida da exumação, no entanto, mudou os planos e decidiu pela permanência dos restos mortais de Jango em um quartel da Brigada Militar na cidade. Logo ao amanhecer, um avião da Força Aérea Brasileira deve levar o corpo de Jango direto para a capital federal, onde está prevista uma recepção, às 10h, pela presidente Dilma Rousseff.

Logo após o fim da exumação e da colocação da urna no caminhão para o início do traslado, os familiares de João Goulart se abraçaram em frente ao cemitério.

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No dia 5 de dezembro, o corpo de Jango voltará ao Rio Grande do Sul, onde será recebido no Palácio Piratini pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.

A exumação servirá para apurar a suspeita de que o ex-presidente tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não há dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura. A exumação do corpo de um ex-presidente é um fato inédito no Brasil.

Fonte: Especial para Terra
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