Falta de IFA pode afetar vacinação em junho, diz Dimas Covas

Presidente do Instituto Butantan afirmou que "preocupa muito o cronograma de vacinação"

10 mai 2021 - 09h23
(atualizado às 09h35)

O cronograma nacional de vacinação contra a covid-19 no Brasil pode ser afetado pelos atrasos na chegada de insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China a partir de junho, disse nesta segunda-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Presidente do Butantan, Dimas Covas, durante entrevista coletiva em São Paulo
10/11/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Presidente do Butantan, Dimas Covas, durante entrevista coletiva em São Paulo 10/11/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Em entrevista na sede do instituto para marcar a entrega de um lote de 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, Covas disse ainda que não há uma data para a chegada de mais IFA para o Butantan, que já envasou todo insumo que tinha em estoque.

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"Preocupa muito o cronograma de vacinação, não neste momento, mas a partir de junho poderá sofrer algum impacto", afirmou o presidente do Butantan, lembrando que o IFA da vacina da AstraZeneca, que está sendo envasada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também é importado da China.

"Não temos definição da liberação do insumo na China. Existe a definição de 4 mil litros, sim, e esperamos que até na quarta-feira, dia 13, possamos ter uma notícia positiva", acrescentou Covas, que espera a chegada do lote para, no máximo, o dia 18.

O presidente do Butantan voltou a afirmar que o atraso se deve à demora na autorização de exportação do IFA por parte do governo da China e não à produção da Sinovac. Informações do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, dão conta de que o laboratório chinês tem 10 mil litros de IFA prontos, aguardando liberação para embarque ao Brasil.

Também presente na coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a responsabilizar declarações contrárias à China feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e por outras autoridades do governo federal, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo atraso na liberação dos insumos pelo governo chinês.

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"É muito claro que há uma limitação determinada pelo governo da China dadas as circunstâncias das manifestações absolutamente inapropriadas, inadequadas e inoportunas do governo brasileiro através das suas autoridades", disse o governador que, ao mesmo tempo, afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tem feito esforços diplomáticos junto ao governo chinês para agilizar a liberação de exportação.

Com a entrega desta segunda, o Butantan ultrapassou a marca de 45 milhões de doses da CoronaVac entregues ao PNI. Na quarta-feira o instituto prevê entregar mais 1 milhão de doses, concluindo assim os 46 milhões de doses previstas na primeira parte do contrato com o Ministério da Saúde, que deveria ter sido finalizada ao final de abril.

Na sexta, o Butantan espera entregar mais 1,1 milhão de doses da vacina, iniciando assim o segundo contrato com o ministério, que prevê a entrega de 54 milhões de doses até o final de setembro.

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