O sábado (9) será de comemorações para os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi libertado na sexta (8) da carceragem da Polícia Federal em Curitiba após 19 meses na prisão — e de protestos para seus opositores.
Lula estava preso desde abril de 2018 após ser condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal de Curitiba por corrupção no caso do tríplex no Guarujá. O ex-presidente diz que é inocente e que sofre perseguição política.
Após a decisão do Supremo Tribunal Federal pelo fim da prisão após condenação em 2ª instância, Lula foi libertado na sexta (8).
Ao sair da prisão, o ex-presidente foi recebido por aliados e apoiadores em um ato em frente à carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde fez um discurso.
Ele agradeceu aos apoiadores, disse que pretende percorrer o Brasil, criticou o presidente Jair Bolsonaro e afirmou que sai da prisão sem ódio.
"Aos 74 anos, meu coração só tem espaço pra amor", disse.
Mas a grande festa de comemoração do PT e de movimentos que apoiam Lula será neste sábado, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, cidade onde o ex-presidente vai voltar a morar.
O evento será na sede Sindicato dos Metalúrgicos dos ABC, berço político do ex-presidente e local onde ele foi preso pela PF em 2018.
O PT, o sindicado e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estão mobilizando a militância desde sexta para estar no local a partir das 10h no sábado, mas a festa oficial começa ao meio-dia.
O objetivo do PT é concentrar toda a mobilização no local para receber o ex-presidente.
Lula, que deve chegar em São Paulo na manhã de sábado, deve fazer um pronunciamento na comemoração por volta das 14h.
No sindicato, Lula também se reunirá com políticos e alidos que não estavam na sua recepção na saída da carceragem em Curitiba.
O ato foi organizado rapidamente nos últimos dois dias: o partido não tinha um planejamento antecipado na semana passada porque aliados do ex-presidente acreditavam que sua soltura poderá levar alguns dias mesmo após a decisão favorável do Supremo.
A logística está sendo organizada pelo sindicato, incluindo a segurança.
Protesto
Citado por Lula em seu discurso na sexta, o presidente Jair Bolsonaro não comentou nem a decisão do STF que abriu espaço para a soltura de Lula, nem a liberação do ex-presidente em si.
Outros opositores do petista, no entanto, reagiram à notícia de sua soltura e marcaram protestos contra o ex-presidente e contra a decisão do Supremo.
Os grupos políticos de direita Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem para a Rua marcaram um ato contra a decisão do STF às 16h em Brasília, em frente ao Congresso Nacional.
Os dois movimentos também marcaram um protesto para o mesmo horário na avenida Paulista, em São Paulo.