O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que é preciso cautela antes de comentar as denúncias feita pelos procuradores da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "É preciso ver o que Judiciário diz. Uma coisa são as acusações e outra coisa é verificar o que é certo e o que é errado", declarou FHC hoje (15) em evento no Rio de Janeiro. "Fico apenas como espectador, não tenho opinião sobre o assunto".
FHC concedeu entrevista a jornalistas, ao lado do senador Aécio Neves (PSDB), após almoço com o candidato do PSDB à prefeitura do Rio, Carlos Roberto Osório.
As denúncias foram feitas ontem pelo pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e dizem que Lula recebeu vantagens indevidas das empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, como a compra de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, a reforma do imóvel, feita pela empreiteira OAS, além de contratos milionários para armazenamento de bens pessoais. Essas vantagens, somadas, totalizariam mais de R$ 3,7 milhões.
Lula declarou que as denúncias apresentadas pelos procuradores não apresentam provas nem fato novo e têm a motivação política de evitar que Lula se candidate à Presidência nas eleições de 2018.
FHC disse que não cabe a ele contestar as declarações do petista e lamentou o momento difícil por que passa Lula, dizendo ainda que este é o momento para ele desabafar. "Eu lamento sinceramente que uma pessoa que tem a trajetória que teve o presidente Lula chegar a esse momento de tanta dificuldade, então prefiro não fazer comentário".
Sobre a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB), o ex-presidente comentou que se trata de um "fato menor", sem grandes consequências históricas. "Sabíamos que isso aconteceria dados os desvarios que foram praticados em negociações dele, mas é um caso menor, uma página virada".
Aécio
Aécio Neves, que é presidente do PSDB, também disse compreender o momento difícil por que passa Lula, mas acrescentou que o PT tem a prática recorrente transferir suas responsabilidades a outros. "Não a mea culpa, a grandeza de compreender que cometeram equívocos graves e ilegalidades que estão levando o PT e suas principais lideranças a essa situação", disse o senador.