A Fundação Oswaldo Cruz já deu início aos trabalhos em busca de um teste rápido capaz de identificar casos de febre chikungunya, no Brasil. De acordo com o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da instituição, Rodrigo Guerino, o teste será similar ao teste rápido de gravidez, uma pequena quantidade de sangue será suficiente para mostrar o resultado em uma fita indicativa.
Em audiência pública, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Rodrigo destacou a importância do diagnóstico rápido da doença, uma vez que os sintomas se assemelham aos da dengue, mas há sutilezas no tratamento de ambas as enfermidades.
O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, admitiu que há uma preocupação, por parte da pasta, em relação à possível confusão de diagnóstico entre casos de dengue e febre chikungunya. Um erro de diagnóstico, segundo ele, pode fazer com que os profissionais deixem de agir rapidamente no caso da dengue, provocando um agravamento do quadro e mesmo o óbito do paciente.
Dados do ministério indicam que, até o momento, ocorreram 1.039 casos confirmados de febre chikungunya no País, a maior parte na Bahia e no Amapá. Há ainda 968 casos em investigação. Maierovitch lembrou que o Brasil conta com uma experiência de 30 anos no tratamento da dengue. Ele ressaltou já não é mais necessário ter que "montar hospitais de campanha e centros de hidratação rápida. Não prevemos esse cenário para o vírus chikungunya, mas ele não é impossível".
No debate, o representante da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) no Brasil, Henrique Vazquez, destacou que praticamente todo o continente conta com a presença do vetor que transmite a febre chikungunya e que, no caso do Brasil, a ausência de imunidade na população torna os brasileiros suscetíveis à doença. "O chikungunya será um grande desafio", concluiu.