Forças Armadas condenam 'eventuais excessos' em manifestações

Comunicado destaca 'compromisso' com povo e democracia

11 nov 2022 - 12h31
(atualizado às 13h13)

Os líderes do Exército, Marinha e Força Aérea do Brasil publicaram uma nota nesta sexta-feira (11) em que criticam "eventuais excessos cometidos nas manifestações" ocorridas no país desde a derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições em 30 de outubro. No entanto, o comunicado também faz críticas veladas ao judiciário.

Apoiadores de Bolsonaro apoiam intervenção militar em protestos contra resultado das eleições
Apoiadores de Bolsonaro apoiam intervenção militar em protestos contra resultado das eleições
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade", diz o comunicado.

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Os militares ainda afirmam que tem "compromisso irrestrito e inabalável com o povo brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil" e que "a solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito".

Recentemente, as Forças Armadas divulgaram um relatório em que também constataram, assim como outras entidades, que não houve fraude nas eleições. O documento foi feito a pedido de Bolsonaro que acusou por meses, sem provas, que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas.

Já os apoiadores do atual mandatário, que perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva, estão se reunindo em frente a quartéis militares em alguns estados - depois de bloquearem ilegalmente rodovias nacionais - pedindo intervenção federal dos militares (o que atenta contra o estado democrático de direito e é contrário à Constituição).

Em discurso nesta quinta-feira (10), Lula afirmou que Bolsonaro deveria "pedir desculpas" para a população brasileira "pelas mentiras que foram contadas nessa eleição" e por "humilhar" as Forças Armadas brasileiras, usando-as politicamente. .

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