Dom João de Orleans e Bragança carrega o sobrenome mais tradicional do Brasil. O "príncipe", como é conhecido, é herdeiro direto da família imperial brasileira.
O império foi fundado menos de duas décadas após a chegada da família real portuguesa ao Rio em 1808, fugindo de Napoleão na Europa.
Em uma cidade de 100 mil pessoas, desembarcaram no Rio 30 mil, diz Dom João. A instalação da Corte requereu que 10 mil deixassem suas casas para dar lugar aos recém-chegados.
Álbum de família
Na casa da família Orleans e Bragança, em Paraty, retratos de seus antepassados mostram uma curiosa mistura de personagens com semblantes e roupas europeus com paisagens tropicais.
Há um retrato de Dom Pedro 2º, "uma das raras pinturas dele jovem com a barba preta". E outros, de Dom Pedro 1º, e as filhas de D. Pedro 2º, Leopoldina e Isabel.
A exemplo do triavô, Dom João é apaixonado por fotografia. "Comecei a fotografar viajando pelo Brasil, conhecendo as comunidades, tribos indígenas do Norte ao Sul. E queria gravar o conhecimento deles, e o que eu estava aprendendo com eles."
A monarquia perdeu o poder no país em 1889, com a proclamação da República. Mas para Dom João, a questão do poder é outra.
"Eu acho que o poder que tenho hoje é o poder das minhas ideas, do que eu falo do que eu escrevo, e eu estou muito contente dessa forma."
Essa reportagem faz parte da série Hidden Rio - Rio Escondido, produzida pela BBC Brasil em inglês para o BBC World Service, que revela alguns dos extraordinários e menos conhecidos aspectos da cidade-sede dos Jogos 2016.
Videorreportagem e edição: Gibby Zobel, do Rio de Janeiro