Gestão da água de Itaipu é apresentada como solução para SP

Iniciativa, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional, recuperou municípios da região da usina hidrelétrica, na bacia hidrográfica Paraná 3, no oeste do Estado. Em 29 cidades, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas

12 abr 2015 - 10h39
(atualizado às 10h41)
<p>Estado de São Paulo sofre grave crise hídrica</p>
Estado de São Paulo sofre grave crise hídrica
Foto: Lacaz Ruiz / Futura Press

O programa Cultivando Água Boa, aplicado no Paraná e considerado pelas Nações Unidas (ONU) a melhor prática de gestão da água no mundo neste ano, está sendo apresentado na cidade São Paulo como alternativa para o combate à crise hídrica no Estado.

A iniciativa, desenvolvida pela empresa Itaipu Binacional, recuperou municípios da região da usina hidrelétrica, na bacia hidrográfica Paraná 3, no oeste do Estado. Em 29 cidades, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas, o projeto contou com cerca de 2,4 mil colaboradores e resultou na produção anual de 430 bilhões de litros de água, duas vezes mais que a necessidade da população local.

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Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão de bacias hidrográficas, o que pode ajudar, neste momento de crise, a rever a forma de utilização dos recursos hídricos.

“Nós elegemos a unidade bacia hidrográfica' como território de atuação do programa, porque é assim que a natureza está planejada. A recuperação tem um resultado extraordinário para as pessoas, para os municípios e para o país, porque recupera o solo, a água e a convivência comunitária”, explica.

No início do programa, quando foi implementado nas cinco primeiras microbacias, houve a recuperação de 55 espécies da flora e fauna. “O mais importante é que isso despertou nas próprias comunidades um interesse novo, porque voltaram também (a aparecer) pastos que já não se encontravam mais (na região da usina) e algumas flores”, disse o diretor.

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O tratamento da água abrange muitos setores e ações, entre elas a recomposição de mata ciliar, a educação ambiental, a agricultura familiar e a coleta de recicláveis. A educação envolveu merendeiras, professores, pescadores, jardineiros e estudantes. Já o desenvolvimento de uma agricultura orgânica, sem agrotóxicos e sustentável, resultou no percentual de 70% da merenda escolar sendo fornecida pela produção local de alimentos.

A inclusão social e produtiva alcançou ainda comunidades indígenas e quilombolas, incentivando não só o cultivo de alimento, mas também a instalação de centros de artesanato e apoio para infraestrutura. “Há uma forte ação educacional e construção de uma cultura da água, da cultura de sustentabilidade, com ênfase nos nexos da água com a produção de energia, a produção de alimentos e a sustentação da comunidade de vida”, apresentou a Itaipu.

O secretário do Verde e Meio Ambiente, Wanderley Meira, disse que a educação ambiental é importante sobretudo na primeira infância. Ele destacou ainda que a cidade de São Paulo exige que tudo seja em grande escala, o que seria um desafio para implementação de programas como este.

“Também é importante frisar que, na cidade de São Paulo, quem cuida da água, tanto do seu manejo, do tratamento, do abastecimento e do acondicionamento é a Sabesp”, acrescentou. Apesar disso, ele observou que há ações que podem ser executadas pelo governo municipal. “Tem, sim, um papel da prefeitura, mas muito mais de educação ambiental e de preparar a população para o uso mais adequado do consumo do que necessariamente na operação da água.”

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A comunidade poderá conhecer mais sobre o programa Cultivando Água Boa em uma exposição gratuita que está aberta no Museu Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).

Agência Brasil
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