Governadores pediram nesta terça-feira que o governo organize um plano de vacinação com um cronograma definido e sem restrição a qualquer das vacinas que recebam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, que preside o grupo de governadores da Região Nordeste e participa de reunião com o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o "ideal" é que todos os laboratórios possam produzir o imunizante para o Brasil.
"Não temos restrição a nenhuma vacina. A vacina está autorizada, segura, tem eficiência? Essa é a vacina boa para os brasileiros. Segundo, (queremos) um plano nacional de imunização, comprada com dinheiro do povo brasileiro para todo o Brasil. Terceiro, garantir um cronograma. O que entrega em dezembro, em janeiro, em fevereiro, em março?" disse Dias a repórteres antes do encontro.
"O ideal é se a gente tiver todos os laboratórios produzindo vacina para o Brasil para que possamos o mais rapidamente possível sair da crise", afirmou o governador.
O presidente Jair Bolsonaro tem desmerecido publicamente a vacina CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac, da China, país eleito como um dos inimigos preferenciais da base ideológica do presidente. No Brasil, estudos da vacina são tocados pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo, comandado por João Doria, com quem Bolsonaro trava disputa política.
O presidente chegou a vetar acordo do Ministério da Saúde com o Butantan. Até o momento, o governo federal tem um acordo com a AstraZeneca para garantir o fornecimento de sua vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.
Na segunda-feira, O governo brasileiro avançou nas tratativas com a Pfizer na intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a BioNTtech contra a Covid-19, e um documento pode ser assinado ainda nesta semana.
A reunião com Pazuello e Netto conta com governadores como o do Pará, Helder Barbalho (MDB), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Outros 12 chefes de Executivos estaduais participam via teleconferência.
"Estamos dispostos a trabalhar e a estar juntos", disse Dias, defendendo que neste momento é necessário ter "união de todos" para colocar a vida em primeiro lugar.
"É possível sair da crise da pandemia e sair também da crise econômica", disse o governador, defendendo que a vacinação possa começar em janeiro.