Representantes dos governos federal e do governo do Distrito Federal vão se reunir nesta sexta-feira, 5, pela manhã para definir o eventual emprego de policiais da Força Nacional de Segurança Pública nas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro marcadas para a Esplanada dos Ministérios no domingo, 7, afirmaram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.
O emprego da Força Nacional, segundo uma das fontes, ocorreria para proteger prédios públicos do local. Os órgãos de inteligência do governo federal estão monitorando a situação e, caso considere haver risco para as instalações federais, o Gabinete de Segurança Institucional poderá acionar o Ministério da Justiça e Segurança Pública e requisitar o uso da Força.
O pedido, contudo, ainda não foi feito e autorizado, informaram duas das fontes.
A atuação no policiamento ostensivo da Esplanada, entretanto, é de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Na reunião de sexta é que a definição sobre o eventual emprego da Força Nacional deverá ser feito, disse uma das fontes.
Em transmissão nas redes sociais na noite desta quinta-feira, Bolsonaro disse que "marginais" marcaram manifestações para domingo e alertou ainda que o governo federal e governadores com compromisso com a democracia estariam preparados para reagir caso "esse pessoal ultrapasse o limite da racionalidade".
Lideranças de seis partidos do Senado, entretanto, divulgaram nota para pedir que as pessoas não protestem no domingo diante da preocupação do avanço do novo coronavírus no país e o suposto discurso autoritário do governo.
Essa não seria a primeira vez que a Força Nacional seria empregada na Esplanada dos Ministérios. Ano passado, por exemplo, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou o emprego dela em abril diante de manifestações de indígenas na capital do país.
Prevista inicialmente em decreto de 2004, a Força Nacional é composta por policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos dos Estados e do DF e atuam na preservação da ordem pública, segurança das pessoas e patrimônio, além de calamidades.