O governo federal criou nesta terça-feira um grupo de trabalho que será encarregado de coordenar ações estruturantes e estratégicas para a recuperação e o crescimento econômico do país em resposta aos impactos relacionados à pandemia de coronavírus, mas deixou o Ministério da Saúde de fora.
O grupo será formado por um membro titular e um suplente de 16 ministérios, incluindo Casa Civil, Economia, Relações Exteriores, Minas e Energia, Infraestrutura e Meio Ambiente, de acordo com resolução publicada no Diário Oficial da União.
Apesar de estar na linha de frente do enfrentamento à pandemia, inclusive sendo responsável pela aquisição de equipamentos no exterior e a montagem de hospitais de campanha, o Ministério da Saúde ficou fora da composição do grupo.
O titular da pasta, Luiz Henrique de Mandetta, entrou em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro ao contrariá-lo em relação à forma de combate à doença, tanto em relação às medidas de isolamento social como sobre o uso do medicamento cloroquina.
Enquanto Bolsonaro defende um afrouxamento do isolamento e propaga o uso amplo da cloroquina como forma de combater a doença, o ministro tem alertado que é necessário manter o isolamento para conter o avanço do vírus e ressalta que a cloroquina, além de ainda não ter eficiência comprovada contra o Covid-19, possui efeitos colaterais sérios.
Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um questionamento sobre a ausência de um representante da Saúde no grupo de trabalho.
De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, o Grupo de Trabalho para a Coordenação de Ações Estruturantes e Estratégicas para Recuperação, Crescimento e Desenvolvimento do País terá duração de até noventa dias a partir desta terça-feira, "devendo ao final desse prazo apresentar ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República o Plano de Trabalho contendo proposta de ações estratégicas para recuperação e retomada do crescimento econômico".