O governo do Estado de São Paulo multou neste sábado o presidente Jair Bolsonaro, o filho dele deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, por não usarem máscara durante evento com motociclistas realizado nesta manhã.
Segundo nota do governo estadual, comandado por João Doria (PSDB), desafeto político do presidente, os três foram multados em 552,71 reais cada por descumprirem o decreto estadual que determina o uso da máscara, medida recomendada por especialistas como crucial para conter a disseminação da Covid-19, doença que já matou mais de 484 mil pessoas no Brasil, segundo maior número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Em vídeos publicados em suas redes sociais, Bolsonaro aparece ao lado de motociclistas, quase todos sem máscara e aglomerados, e é saudado por gritos de "mito" e "nossa bandeira jamais será vermelha". O presidente acenou para os apoiadores antes e se enrolou em uma bandeira do Brasil.
O evento foi acompanhado por policiais militares do Estado de São Paulo, que usavam máscaras. Alguns dos PMs abraçaram e tiraram fotos com Bolsonaro, que durante todo tempo não usava a proteção facial obrigatória por decreto no Estado.
"Pessoal, começando o nosso passeio de motocicleta. Muito obrigado pelo convite. Pela liberdade, pela democracia e por Deus. Acelera para Cristo", disse o presidente em um dos vídeos, mencionando o nome do evento de que participava. Bolsonaro usava uma jaqueta com o brasão do Exército.
Nesta semana, Bolsonaro afirmou que havia determinado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que elaborasse um parecer para desobrigar o uso de máscara para as pessoas que já contraíram Covid-19 ou já se vacinaram contra o coronavírus.
A declaração foi criticada por especialistas em saúde pois mesmos os já vacinados podem contrair e transmitir o vírus e pessoas já infectadas podem ser reinfectadas e também transmitir a doença.
Já na sexta-feira, o presidente afirmou que a decisão sobre a desobrigação do uso de máscara seria de Queiroga e, na ponta da linha, de governadores e prefeitos, que estão amparados em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para adotarem medidas locais de contenção da pandemia.