Governo do RJ intervém em hospitais de campanha montados contra Covid-19

3 jun 2020 - 16h57

O governo do Estado do Rio decidiu intervir na gestão dos hospitais de campanha montados para combater a pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e afastar a organização social Iabas do comando das unidades.

Governador do RJ, Wilson Witzel
08/05/2019
REUTERS/Adriano Machado
Governador do RJ, Wilson Witzel 08/05/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O governo de Wilson Witzel (PSC) escolheu a Fundação Estadual de Saúde para gerir as unidades.

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Os sete hospitais de campanha estaduais deveriam ter sido entregues no fim de abril, mas até agora apenas uma unidade, a do Maracanã, está operando.

A Iabas havia recebido mais de 200 milhões de reais de um total de quase 800 milhões para viabilizar as unidades temporárias.

"Não podemos continuar com erros, eles precisam ser corrigidos. A Fundação Estadual de Saúde assume para concluir as obras, operar o sistema e deixar um legado. Esses hospitais de campanha serão muito importantes para a reabertura da economia, para gerar empregos e, principalmente, para ajudar no futuro com cirurgias eletivas", disse Witzel em vídeo divulgado na tarde desta quarta-feira, acrescentando que pedirá à Justiça o bloqueio de bens da Iabas para ressarcimento dos prejuízos ao Estado.

O decreto do governador, editado na terça-feira, aponta o atraso na entrega e deficiência na gestão como motivos para a intervenção e ainda prevê a rescisão do contrato com a organização social e a aplicação de eventuais sanções para "resguardar e ressarcir o patrimônio público".

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Em nota, a Iabas disse que comunicou à Secretaria de Saúde do Rio na semana passada que desistia do contrato para gerir os hospitais de campanha e responsabilizou a pasta por esta decisão.

"Essa decisão se deu em função das inúmeras dificuldades impostas pela Secretaria Estadual de Saúde, que desde o início do contrato demonstrou sua incapacidade de atuar com eficiência para que os hospitais fossem entregues no tempo exigido pela população", afirmou a organização social em nota.

"A construção de um hospital é uma operação complexa demais para suportar mais de 20 mudanças de concepção de projeto num prazo de 40 dias. O primeiro pagamento necessário ao início das obras se deu somente 13 dias após a assinatura do contrato. O Iabas trabalhou por 38 dias com o fluxo de caixa negativo por falta de pagamento integral."

A organização social disse ainda que colaborará na transferência da administração dos hospitais de campanha ao novo gestor e tomará providências judiciais para "assegurar os direitos de nossa instituição".

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Também nesta quarta, Witzel, que na semana passada foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal no âmbito da operação Placebo, que apura irregularidades na área de saúde do Estado, exonerou o secretário de Desenvolvimento Lucas Tristão, investigado na mesma operação.

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