O grupo de militares de elite do Exército presos nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal planejou matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por envenenamento em 2022, de acordo com relatório da Polícia Federal que embasou a Operação Contragolpe.
O general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro, teria participado no plano. "Para execução do presidente Lula, o documento [que detalha o projeto] descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico", aponta o relatório da PF.
A investigação revelou ainda que a organização criminosa tinha venenos, explosivos e armamentos necessários para eliminar o líder petista, vencedor das eleições de outubro de 2022 contra Bolsonaro. O plano também envolvia o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
De acordo com a investigação, o monitoramento de Lula, Moraes e Alckmin "teve início logo após reunião realizada na residência do general Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022".
O plano seria eliminar Lula e instaurar um "gabinete de crise no dia 16 de dezembro de 2022, sob o comando dos generais Augusto Heleno e Braga Netto", afirma a PF. Heleno foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro.
Os quatro militares presos faziam parte dos chamados "kids pretos", grupo de operações especiais do Exército, incluindo o general Mário Fernandes, que foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Bolsonaro. Além deles, a PF também prendeu um policial federal acusado de participar da trama golpista. .