A tentativa de se criar uma agenda negativa em torno da presidente Dilma Rousseff (PT) por parte de “grupos derrotados nas eleições” é o que estaria por trás de manifestações que pedirão, nos próximos dias, o impeachment da petista em dezenas de cidades brasileiras. A avaliação é do vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, que também coordena as mídias sociais da executiva nacional.
Ele falou com o Terra nesta quarta-feira, dia em que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que o partido dá “irrestrito apoio” às manifestações do dia 15. Por outro lado, o tucano disse que não haverá “uma atuação institucional (do PSDB) nos protestos” por “entender que as manifestações são uma iniciativa espontânea da população”.
“Todos têm direito de realizar atos públicos em um País democrático como o nosso, ainda mais que nós, no partido, temos a tradição de historicamente fazer movimentos democráticos ou participar deles”, disse o vice-presidente da sigla. “O que a gente acha estranho é um grupo de derrotados pedir impedimento de uma presidente que não tem nem três meses de mandato”, completou. Dilma foi reeleita em outubro do ano passado sobre Aécio com pouco mais de 57% dos votos válidos.
Indagado se o PT participará do ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, na próxima sexta-feira, Cantalice admitiu que sim. “Apesar de não serem organizadas pelo PT, logicamente que o partido vai participar dessas manifestações, já que a maioria das centrais e dos movimentos envolvidos tem como membros filiados nossos”, explicou.
Cantalice afirmou ainda que, na próxima semana, dirigentes do partido se reunirão para avaliar “a conjuntura política” e o desenrolar das manifestações.
O ato de sexta é organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e tem entre os apoiadores organismos como Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF-CUT/SP). No mesmo dia, defensores do impeachment prometem um protesto em frente à sede da Petrobras, na avenida Paulista – mesmo local do ato das centrais, na cidade de São Paulo.