Um incêndio atingiu na tarde desta quinta-feira a comunidade Ponta da Praia, na zona oeste paulistana. O Corpo de Bombeiros usou 12 viaturas para conter as chamas. Ao menos dez barracos foram completamente destruídos. Moradores estimam que até 20 casas foram danificadas pelo fogo. Ninguém ficou ferido.
Alguns moradores chegaram a fazer uma barricada ateando fogo a colchões na Avenida Escola Politécnica. O protesto, no entanto, durou apenas alguns minutos.
Membro da Comissão de Moradores da comunidade, Edileuza Rocha relatou que esse foi o terceiro incêndio no local. Segundo ela, em 2010, o fogo consumiu 53 barracos, e em 2011 foram 37 casas destruídas. Edileuza disse que as famílias reivindicam moradias definitivas para desocupar a área. “Nós queríamos que urbanizasse (a favela), mas eles (a prefeitura) disseram que não tem como urbanizar”, disse, ao explicar que a ocupação está em um terreno particular.
Foi a segunda vez que a faxineira Pedrina de Jesus teve a casa destruída pelas chamas. “Não ficou nada, até meus documentos”, lamentou a moradora, que vive há dez anos sobre o córrego que corta a comunidade.
O pedreiro Valter Santos, que vive há nove anos no local, também teve a casa completamente destruída. “Estava no trabalho, tinha acabado de chegar”, contou sobre o momento do incêndio. “TV, geladeira, móveis, aparelho de som. Tudo novo, tinha acabado de comprar”. Hoje, ele pretende dormir na casa de amigos.
A Defesa Civil informou que os moradores atingidos estão recebendo atendimento pela Coordenadoria de Atendimento Permanente e Emergencial. O órgão disse que a Subprefeitura do Butantã tem atuado para desocupar o terreno, que fica em uma área de risco. “O local é uma área de risco pois fica sobre o córrego e, por conta do risco de alagamento, a Subprefeitura Butantã tem dialogado com os moradores para desocupar a área”, diz o comunicado.