A indicação formal, sabatina e posse do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, só deve ocorrer no próximo ano, assim como a tentativa de votação no Congresso de projeto que trata da independência da instituição, afirmou nesta segunda-feira o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A ideia é deixar que o atual governo conclua seu trabalho. Assim que assumir o comando do país, em janeiro de 2019, a próxima gestão irá encaminhar questões como a indicação do presidente do Banco Central. Enquanto isso, disse Onyx, o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, permanece no comando da instituição.
"Paulo Guedes (futuro ministro da Economia) já conversou com o senhor Ilan, ele permanece enquanto for necessário", disse o próximo ministro da Casa Civil, em coletiva para apresentação da estrutura do novo governo.
Sobre o projeto que trata da independência do BC, disse que o "entendimento" é "não sobrecarregar o Congresso nesse momento com nenhuma demanda".
"Entendemos que não há tempo hábil para esse processo sem riscos."
O ministro disse também que Guedes e o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, assim como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), ainda negociam uma saída para votar o projeto da cessão onerosa da Petrobras de uma forma que garanta repasse de recursos para Estados e Municípios.
Onyx afirmou que o atual e o futuro governo tentam encontrar o "caminho do meio" e que se não houver um consenso dentro de duas semanas, a votação do projeto fica para 2019.