O indigenista Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado na frente de seus familiares na cidade de Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas, informou no domingo a Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Colaborador e ex-servidor da Funai, Santos foi "assassinado a sangue frio" diante de sua família em uma rua movimentada de Tabatinga, que fica próxima da fronteira da Amazônia brasileira com a Colômbia e o Peru.
Em nota, a INA mencionou evidências de que o assassinato ocorrera em represália ao papel de Santos no combate a invasões ilegais por caçadores, madeireiros e mineradores na reserva do Vale do Javari, local que abriga a maior concentração de tribos indígenas não contactadas do mundo.
Santos atuava há mais de 12 anos junto à Funai, sendo cinco deles como chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial do Vale do Javari, disse a INA.
A Funai tem três sedes na região para proteger a reserva, que abriga cerca de 6 mil pessoas de oito tribos indígenas e cerca de 16 tribos não contactadas.
A INA expressou preocupação com a investigação do caso e punição dos responsáveis, pedindo que as autoridades demonstrem que o Brasil "já não compactua com a violência contra os que, na forma da lei, se dedicam à proteção e promoção dos direitos indígenas".
A associação também pediu que as autoridades protejam agentes que seguem atuando na proteção de terras indígenas e na promoção dos direitos dos povos nativos.