Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, visitou o Palácio do Planalto com o objetivo de pegar itens que haviam sido recebidos durante o mandato de seu pai. A declaração foi feita por Marcelo Vieira, que ocupava o cargo de chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) na gestão do antigo chefe do Executivo.
Vieira era responsável por revisar os presentes recebidos para determinar se deveriam ser incorporados ao acervo privado presidencial ou não. Ele começou a trabalhar no órgão em 2017, durante a presidência de Michel Temer (MDB), e foi exonerado por Lula (PT) em janeiro de 2023, juntamente com outros funcionários do governo.
Em entrevista concedida ao Estúdio i, da GloboNews, Vieira explicou que os itens retirados por Jair Renan pertenciam ao acervo privado do ex-presidente, não fazendo parte do acervo público, que é de propriedade da União e que geralmente consiste em itens de menor valor.
"O filho do presidente, ele se encontrava com um influencer, inclusive filmando e fotografando, filmando. Não me recordo, acho que só filmando. E aí eu falo, 'Renan, aqui não pode filmar, por gentileza, isso é questão de resguardar o acervo do teu próprio pai, né? (...) E ele atendeu, desligou e ficou. Imediatamente eu passo um WhatsApp pro meu chefe direto, que era o doutor Pedro, o chefe do gabinete pessoal que estava ao lado do presidente avisando, olha, o Renan está aqui querendo pegar alguns ... eram bonecos, era uma camiseta camuflada. Eu não lembro exatamente, mas eram coisas, digamos assim, nada de valor enorme, né? E aí, está querendo pegar", disse.
Em seguida, de acordo com Vieira, Bolsonaro instruiu Renan a ir até o local onde o ex-presidente estava. Os objetos escolhidos por Renan foram separados e posteriormente entregues ao filho 04 de Bolsonaro.
"Eu lembro que eram coisas simples. Eu cheguei lá, estavam todos separados numa mesa separados para ele".