Joesley Batista chama Temer de "ladrão geral da República"

2 set 2017 - 16h18
(atualizado às 16h43)

Declaração é resposta a uma nota do Planalto que acusou empresário de ser "grampeador-geral da República"O empresário Joesley Batista, da JBS, divulgou neste sábado (02/09) uma nota em que chama Michel Temer de "ladrão geral da República" e afirma que o presidente "envergonha" os brasileiros. As declarações foram uma reposta à nota divulgada na sexta-feira pelo Planalto, que acusou o empresário de mentir e atuar como um " "grampeador-geral da República".

Empresário Joesley Batista em São Paulo 09/08/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto
Empresário Joesley Batista em São Paulo 09/08/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto
Foto: Reuters

"A delação premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar seus delatores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se tornou ladrão geral da República, envergonha todos nós, brasileiros", disse a nota de Joesley.

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Nesta semana, o empresário decidiu entregar à Procuradoria-Geral da República novos de áudios de conversas com políticos como parte do seu acordo de delação premiada. Joesley foi o pivô do escândalo que resultou na apresentação de uma denúncia criminal por suspeita de corrupção contra Temer, que acabou sendo rejeitada pela Câmara no início de agosto.

Com a expectativa de mais uma denúncia criminal, possivelmente por obstrução à Justiça e organização criminosa, o governo Temer tem antecipado sua defesa pública e tentado desqualificar seus acusadores. Entre os alvos estao Lúcio Funaro, um antigo operador do PMDB, cuja delação deve constar na nova denúncia. Segundo o Planalto, a delação tem "inconsistências e incoerências".

"O doleiro, cujo testemunho serve agora para sustentar uma denúncia contra a Presidência da República, foi preso há um ano também por ameaçar de morte seus ex-parceiros comerciais", disse o Planalto na nota divulgada na sexta-feira. Ainda segundo o governo, o passado de Funaro foi ignorado pela PGR. "Agora, diante da vontade inexorável de perseguir o presidente da República, Funaro transmutou-se em personagem confiável."

No final da nota, o Planalto reservou um ataque contra o dono da JBS. "Joesley mentiu, omitiu e continua tendo o perdão eterno do procurador-geral. Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?"

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A delação de Funaro está sob sigilo e deve ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal na próxima semana. O operador afirma que recebeu 400 mil reais da JBS para não fechar uma delação. Ainda não foi divulgado se Funaro contou que Temer teria alguma relação com o pagamento.

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