Joesley é transferido a SP para audiência de custódia

15 set 2017 - 13h13
(atualizado às 13h31)

O empresário Joesley Batista foi transferido nesta sexta-feira pela Polícia Federal da Superintendência da PF em Brasília para São Paulo, onde será ouvido em audiência de custódia relativa a mandado de prisão preventiva no âmbito da investigação sobre uso de informação privilegiada no mercado financeiro.

Joesley Batista deixa sede da Polícia Federal em Brasília, Brasil 
11/9/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Joesley Batista deixa sede da Polícia Federal em Brasília, Brasil 11/9/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A PF informou ainda que Ricardo Saud, outro delator da J&F, será transferido da Superintendência em Brasília para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, o que despertou preocupação em seu advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

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Joesley e Saud se entregaram à PF no fim de semana após ser expedido mandado de prisão temporária pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin depois de áudios apontarem que os dois teriam omitido crimes aos procuradores no acordo de delação premiada fechado ao lado de outros executivos da J&F.

Na noite de quinta-feira, Fachin aceitou pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janto, e converteu a prisão dos dois em preventiva, tornando o tempo de detenção indeterminado. [nL2N1LW0HR]

Mesmo já detido desde o fim de semana, Joesley também foi alvo de um novo mandado de prisão na quarta-feira expedido pela Justiça Federal de São Paulo como parte da investigação sobre o uso de informação privilegiada, em uma ação que resultou também na prisão de seu irmão Wesley Batista, presidente da J/S.

A transferência de Joesley nesta sexta-feira corresponde a esta ação, uma vez que a 6ª Vara Federal de São Paulo marcou uma audiência de custódia no âmbito da operação Tendão de Aquiles.

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Kakay, que é advogado dos dois, afirmou que está preocupado com a integridade de Saud. Disse que, mesmo indo para uma ala especial na penitenciária de Brasília, há seis pessoas que ele delatou presas lá, uma das quais, segundo o defensor, o jurou de morte.

Apesar disso, o advogado informou que até o momento não fez qualquer pedido às autoridades em razão dessa peculiaridade da prisão de Saud.

"Essa foi uma decisão da Polícia Federal que nós simplesmente acatamos. Eu confiou na Polícia Federal, ela tem competência e expatries para saber qual é o melhor lugar para eles, até porque a responsabilidade da segurança deles é da Polícia Federal", afirmou. "A nossa preocupação com segurança é real porque eles delataram muita gente, pessoas que têm poder."

A PF informou ainda que o mesmo avião da transferência de Joesley se encaminhará a Curitibana para levar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha a Brasília, onde o ex-deputado será encaminhado para motiva em procedimentos que tramitam na capital federal. Cunha atualmente cumpre pena de prisão no Paraná.

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